domingo, 26 de novembro de 2017

ENFIM ASDRÚBAL

Não tive a sorte de assistir aos memoráveis espetáculos do lendário grupo de teatro Asdrúbal Trouxe o Trombone. À época, a censura era muito rigorosa e eu só fui completar dezoito anos em 1981. Mesmo assim, como sempre fui muito pequeno, continuava parecendo uma criança de doze. Enfim, perdi. Mas ainda assim fui fortemente influenciado pelo "feeling" e pela estética do Asdrúbal. E passei a seguir e a admirar todos os seus ex-integrantes, sobretudo Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães. Cheguei a assistir, no começo dos anos noventa, ao solo de Regina, a brilhante Nardja Zulperio, com texto e direção do também asdrubalino Hamilton Vaz Pereira. Agora, passado tanto tempo, o Canal Viva está exibindo uma série documental com toda a história do grupo. Tenho me deleitado. E percebido com maior clareza a importância que essa troupe teve na minha vida. Em Porto Alegre, onde eu vivia minha juventude, eles deixaram frutos como o grupo Vende-se Sonhos, que, no começo dos oitenta, desbundou minha cabecinha com o espetáculo School's Out, do qual faziam parte artistas que se tornaram meus grandes amigos como Shala Felippi e Angel Palomero. Recentemente tive o prazer de contracenar com Regina Casé na pequena porém significativa participação que fiz no filme Que Horas Ela Volta, de Anna Muylaert. Muitas lembranças me invadem enquanto escrevo. Como os solos de Patrícia Travassos e Luiz Fernando, a que assisti no Rio de Janeiro. O Grupo mudou conceitos. Era um teatro que surgia dando voz a uma geração. A gente se via em cena e pensava: Olha, não estou sozinho. Muito bom... Percebo também, assistindo a essa série, o quanto todos nós que criamos a Terça Insana trouxemos deles para as nossas cenas. O Asdrúbal está vivo. São pessoas que cantam, são pessoas que dançam, são pessoas que cantam e dançam. Ainda bem!
Na foto, os hilariantes Regina e Luiz Fernando em cena de Trate-me Leão.

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