De volta à cidade da minha juventude para homenagear o escritor da minha juventude... Estou em Porto Alegre para ensaios e apresentação de Caio Entre Nós, a noite de lançamento de um festival em homenagem a Caio Fernando Abreu. Entre reuniões e ensaios, um rápido giro pelo centro da cidade para visitar a exposição Queermuseu, no Santander Cultural. A mostra traz um vasto e interessante painel da diversidade na arte brasileira. De Alair Gomes a Volpi, passando por Cândido Portinari e Flavio de Carvalho, até Leonilson e Lygia Clark. Particularmente fiquei muito feliz de ver e rever os trabalhos de alguns artistas gaúchos de quem sou fã como Fernando Baril, Gilberto Perin, Mário Rönelt, Milton Kurtz, Rogério Nazari e Telmo Lanes. Os óleos sobre tela de Baril impressionam tanto pelo surrealismo que representam quanto pelas dimensões. Sua obra O Alterofilista, exposta ao lado do Retrato de Rodolfo Jozetti, de Cândido Portinari, propõe um rico contraste ao mesmo tempo em que revela a proximidade através das diferenças. Ideia que meio que perpassa toda a exposição. Saindo de lá, ainda deu tempo de subir até o rooftop da loja popular de departamentos Lebes, e tomar um café na La Basque com vista para o Rio Guaíba. Apesar da chuva que já iniciava, deu tempo de fazer algumas fotos bem bonitas. Fiquei imaginando o quão lindo deve ser a vista no entardecer de um dia ensolarado... Após intervalo de alguns dias, volto a escrever esse post. A noite de homenagem a Caio foi um grande sucesso. Graças à colaboração de amigos queridos e artistas talentosíssimos, foi possível levantar um espetáculo de duas horas com textos, músicas, leituras de cartas, depoimentos e performances inesquecíveis. À altura do homenageado. Viva Caio Fernando Abreu... Já tive também oportunidade de assistir, na Casa de Cultura Mario Quintana, ao ensaio de um espetáculo que está sendo montado por um grupo de amigos muito queridos, com os quais já trabalhei em diversas montagens teatrais realizadas no meu período porto-alegrense. É muito reconfortante saber que artistas seguem criando, imaginando, tornando sonhos realidade malgré todas as adversidades que enfrentamos. Evoé... No mais, sigo revendo lugares, amigos e familiares, descobrindo e redescobrindo a velha Porto Alegre da minha mocidade. Encerro com um verso de Mario Quintana que li na Casa de Cultura: "O que faz as coisas pararem no tempo é a saudade"... Bom setembro a todos!
Nas fotos, Marcos Breda e Julia Lemertz, os mestres de cerimônia da noite Caio Entre Nós, brincam no fosso do elevador antes de subir para o palco do Teatro São Pedro.
sábado, 9 de setembro de 2017
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Esse festival deveria rodar o Brasil. Nós, além dos gaúchos, também merecemos Caio Fernando Abreu na veia.
ResponderExcluirQuerido, a produção está transformando a noite de abertura do festival em um espetáculo com intenção de viajar o Brasil. Quem sabe Salvador??? Beijos
ResponderExcluir