Engraçado como fatos corriqueiros do dia a dia, não mais que de repente, nos conectam com o passado e com as lembranças que estavam guardadas em algum recôndito cantinho da memória. Ao chegar em casa pela manhã, percebi que o celular não estava conectando à minha rede wi-fi. Em seguida, constatei que o modem estava desligado. E, seguindo o fio, descubro o problema: A tomada à qual o equipamento estava ligado, que por sinal havia sido instalada por mim, estava com um dos fios soltos. Desliguei a força da casa inteira, desencapei a ponta dos fios, religuei-os à tomada et voilá, tudo voltou a funcionar como de costume. Imediatamente fiquei lembrando do meu pai, já há vinte anos falecido. De como ele me fazia acompanhar cada passo do processo de consertos domésticos em geral. De como eu me revoltava com isso, interessado que estava em continuar brincando ou não fazendo nada. E do quanto hoje sou grato a ele por tudo o que me ensinou. Ou me obrigou a aprender. Durante as demonstrações ele sempre me perguntava como eu faria para resolver aquele problema. Eu, quase sempre interessado em dar fim à indesejada atividade, apontava a solução mais rápida. E ele dizia: Essa é a solução mais fácil, não a melhor. É a solução de quem tem preguiça, não a de quem pensa... Que bom que, mesmo contra a minha vontade na ocasião, esses ensinamentos todos tenham ficado comigo. Graças a eles e a muitos outros, tudo o que tenho na minha casa foi instalado por mim mesmo. Desde lustres e luminárias até tomadas e instalações elétricas em geral. Sem falar em todos os pneus que ele me fez observá-lo trocar e que até hoje me lembro exatamente como se faz. Falando nisso, logo que vim para São Paulo tive de ir com meu amigo Fariello até um bairro distante, se não me engano Mutinga, para burocracias referentes ao nosso contrato de trabalho com o Sesi, onde iríamos apresentar um espetáculo. No meio do caminho, em plena estrada, fura um pneu do carro e meu amigo começa a se descabelar. Quando se deu conta, eu já estava de mangas arregaçadas trocando o pneu diante de seus incrédulos olhos. Rimos muito e mais uma vez lembrei de meu velho pai... É isso. Constatações de uma manhã corriqueira e banal na casa e na vida de uma pessoa nem tão banal ou corriqueira.
Na foto, Robertinho ligadinho na tomada da infância em Soledade.
sexta-feira, 29 de setembro de 2017
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Ha Ha Ha, os bons ensinamentos nunca são esquecidos. Duvido que hoje em dia um pai queira, ou saiba, ensinar ao filho como consertar uma tomada. É mais fácil ensina-lo a ganhar dinheiro para com ele contratar um eletricista para fazer o serviço. E de preferência quando não estiver em casa.
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