sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
FIM
Que deleite passar dias à beira mar saboreando o livro Fim, de Fernanda Torres. Que menina danada. Como ela consegue ser tão boa em tudo o que se propõe a fazer? Genética privilegiada, dirão uns. Talento natural, dirão outros. Eu diria que as duas alternativas estão corretas e acompanhadas de uma inteligência muito acima da média. A primeira vez que a vi em cena foi no Rei Lear de Sergio Britto, quando ela quase menina vivia Cordélia, ao lado de Yara Amaral e Ariclê Perez. Depois ela encantou a todos com sua atuação em Eu Sei que Vou te Amar, de Jabor, levando o premio de melhor atriz em Cannes. E nunca mais parou de atuar no cinema, no teatro e na televisão. Mas como ela arranjou tempo para escrever tão bem um livro tão bom de se ler? Fim é puro deleite. Pulsa do início ao fim. Fernanda é culta sem ser pretensiosa, pornográfica sem ser vulgar, dramática sem ser piegas, divertida e bem humorada sem ser apelativa. Ufa! Difícil ser tudo isso numa primeira obra, não? Pois Fernandinha cumpre com louvor o seu intento. E brinda o leitor com histórias que dão o que pensar. Ou lembrar. Ou desejar. O que mais se pode esperar de um romance quando se está lendo nas férias de verão à beira mar? Que ele demore para acabar, só isso. O que não acontece, pois ele tem só duzentas páginas e a vontade que se tem é de não parar de ler. Desejo sinceramente que Fim seja apenas um começo. No caso de Fernanda, mais um começo. Na foto, Nanda nas filmagens de A Casa de Areia, em uma paisagem que lembra muito a que me encontro lendo seu livro.
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