MUNDO IDEAL
Alguém já disse que sonhar não custa nada... Então vamos lá: No mundo ideal, pra começo de conversa, não haveria fronteiras. Todos poderiam ir e vir, viajar para onde quisessem sem precisar tirar os sapatos, passar no raio X, no detector de metais, ser apalpado e nem responder a uma sequência interminável de perguntas indiscretas. No mundo ideal cada um cuidaria da própria vida, sem jamais ficar prestando atenção ao que os outros fazem da deles. No mundo ideal haveria silêncio na hora que cada um dos seus habitantes quisesse dormir. Todos seriam cordiais uns com os outros, se diriam bom dia, por favor, obrigado. Ah, e falariam corretamente os seus idiomas. No mundo ideal ninguém confundiria discriminação com liberdade de expressão. Só pessoas capacitadas poderiam ocupar cargos políticos. No mundo ideal a Mirian Rios seria proibida de contratar babás de qualquer orientação sexual. Seria obrigada a ficar em casa estudando e cuidando, ela própria, dos filhos. A temperatura seria sempre amena. Quente o suficiente para se ir à praia durante o dia e frio o suficiente para se acender a lareira à noite. No mundo ideal, todos poderiam publicar o que escrevessem, filmar o que roteirizassem, expor o que pintassem, encenar o que imaginassem. Desde que tivessem talento para tal. Não haveria domingos de tardezinha. Nem noites de tempestades. Vulcões não expeliriam fumaça que fechasse aeroportos. Ninguém teria a língua presa. Ninguém teria o rabo preso. E se, com toda essa idealização, alguém ainda sentisse necessidade de cometer algum crime, esse alguém seria preso. Mesmo que tivesse muito dinheiro. Nem preciso dizer que não haveria engarrafamentos. O trânsito, como tudo o mais, iria fluir normalmente. Agradavelmente. A internet seria sempre rápida e gratuita. No mundo ideal não existiria axé. Nem mulheres frutas. Nem propagandas de cerveja. As pessoas utilizariam o advérbio “onde” somente para indicar lugar. As frases teriam apenas um sujeito. ( Ao invés de “as frases, elas teriam” ). No mundo ideal não existiriam aquelas minúsculas formiguinhas de cozinha que conseguem subir, sabe-se lá como, até o vigésimo andar dos prédios. Trajeto que deve significar toda a breve existência desses pequenos seres. No mundo ideal ninguém ficaria rico sem ter cultura e educação. O que, por tabela, significaria o fim de publicações como a Caras. No mundo ideal a Xuxa apenas ajudaria crianças carentes com a sua fundação. Jamais se atreveria a cantar. Ninguém imitaria ninguém, todos seriam absolutamente originais. As crianças obedeceriam os adultos. E esses nunca as levariam em locais destinados a adultos. E, last but not least, o champanhe seria gratuito. E a sobremesa, incluída. Jamais inclusa. Ops, acordei...
Alguém já disse que sonhar não custa nada... Então vamos lá: No mundo ideal, pra começo de conversa, não haveria fronteiras. Todos poderiam ir e vir, viajar para onde quisessem sem precisar tirar os sapatos, passar no raio X, no detector de metais, ser apalpado e nem responder a uma sequência interminável de perguntas indiscretas. No mundo ideal cada um cuidaria da própria vida, sem jamais ficar prestando atenção ao que os outros fazem da deles. No mundo ideal haveria silêncio na hora que cada um dos seus habitantes quisesse dormir. Todos seriam cordiais uns com os outros, se diriam bom dia, por favor, obrigado. Ah, e falariam corretamente os seus idiomas. No mundo ideal ninguém confundiria discriminação com liberdade de expressão. Só pessoas capacitadas poderiam ocupar cargos políticos. No mundo ideal a Mirian Rios seria proibida de contratar babás de qualquer orientação sexual. Seria obrigada a ficar em casa estudando e cuidando, ela própria, dos filhos. A temperatura seria sempre amena. Quente o suficiente para se ir à praia durante o dia e frio o suficiente para se acender a lareira à noite. No mundo ideal, todos poderiam publicar o que escrevessem, filmar o que roteirizassem, expor o que pintassem, encenar o que imaginassem. Desde que tivessem talento para tal. Não haveria domingos de tardezinha. Nem noites de tempestades. Vulcões não expeliriam fumaça que fechasse aeroportos. Ninguém teria a língua presa. Ninguém teria o rabo preso. E se, com toda essa idealização, alguém ainda sentisse necessidade de cometer algum crime, esse alguém seria preso. Mesmo que tivesse muito dinheiro. Nem preciso dizer que não haveria engarrafamentos. O trânsito, como tudo o mais, iria fluir normalmente. Agradavelmente. A internet seria sempre rápida e gratuita. No mundo ideal não existiria axé. Nem mulheres frutas. Nem propagandas de cerveja. As pessoas utilizariam o advérbio “onde” somente para indicar lugar. As frases teriam apenas um sujeito. ( Ao invés de “as frases, elas teriam” ). No mundo ideal não existiriam aquelas minúsculas formiguinhas de cozinha que conseguem subir, sabe-se lá como, até o vigésimo andar dos prédios. Trajeto que deve significar toda a breve existência desses pequenos seres. No mundo ideal ninguém ficaria rico sem ter cultura e educação. O que, por tabela, significaria o fim de publicações como a Caras. No mundo ideal a Xuxa apenas ajudaria crianças carentes com a sua fundação. Jamais se atreveria a cantar. Ninguém imitaria ninguém, todos seriam absolutamente originais. As crianças obedeceriam os adultos. E esses nunca as levariam em locais destinados a adultos. E, last but not least, o champanhe seria gratuito. E a sobremesa, incluída. Jamais inclusa. Ops, acordei...
Keep dreaming... love you!
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