segunda-feira, 4 de abril de 2011


PRESQUE QUARANTE-HUIT ANÉES...

Quase quarenta e oito anos, diz o título do post en français. É que no próximo dia 25 completarei essa idade e me encontro em pleno inferno astral. De inferno propriamente dito, não estou vivendo nada. Mas quanto questionamento! Já estou começando a achar que vivo a crise dos cinquenta antecipada... Estou numa introspecção sem fim. Tudo é motivo para reflexão. Revejo atitudes, posturas, conceitos. O tempo todo. Em casa, no ônibus, na academia, no balcão do bar, no táxi, no metro, no cinema antes do filme começar, no cinema durante o filme, na fila de espera do banco, da padaria, do xerox! Como diria meu amigo Farielo, até na Leroy Merlin! Não é propriamente ruim, mas estressa. Quem não quer paz e sossego? Eu quero. Mas o desassossego faz parte da vida. Pelo menos da vida dos artistas. Nunca está bom como está. Sempre é possível melhorar. E, sobretudo, mudar. Acabei de estrear um trabalho solo, que me deixou super satisfeito. Agora estou naquela fase de fazer contatos, tentar temporadas, viagens, datas, pautas em teatros, ou seja, produção. Eu nunca havia feito isso antes e confesso que não é a minha praia. Estou chegando à conclusão de que sou apenas artista. Apenas criador. Todo o entorno que vem anexo não é para mim. E isso entra no pacote de revisão de posturas, questionamentos e etc. a que me referi acima. E tudo prestes a virar um cinquentão! Fico o tempo todo indeciso entre continuar, tocar em frente, ou parar tudo e ir para uma praia meditar de frente pro mar. Ou ir pra Paris, bater perna nos boulevards... O fato é que chega uma hora na vida em que a gente tem que arregaçar as mangas e trabalhar. Não dá pra ficar sentado no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar, para citar o Maluco Beleza Raul. O tempo não para de passar. E, apesar do corpinho pas mal que ainda ostento, não sou mais um bebê. Apesar, também, de ser chamado por todos no diminutivo, Robertinho, não posso esquecer do Robertão, que também habita esse corpinho pas mal e tal... Desculpem, leitores, o desabafo. Acho que é a primeira vez que escrevo algo assim, tão confessional, aqui no blog. Faz parte do momento que estou vivendo. Sempre achei que escrever organiza as idéias, elabora o pensamento. Se estiver chato, perdão! Prometo sair logo da crise e voltar a escrever coisas mais interessantes. Por enquanto, na minha cabeça, só dá eu, eu, eu... Mas o dia 25 já está aí! Depois, tudo vai melhorar.

Na foto, o bar do Ritz, um dos locais onde mais me dedico à reflexão...

4 comentários:

  1. Tudo o que vives agora faz parte do deleite de ser um cinquentao. Proponho um brinde, no bar do Ritz, ao dia 25 e as tantas coisas boas vividas e conquistadas ate aqui. Love you!

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  2. "Quarenta anos é a velhice dos jovens; cinqüenta anos é a juventude dos velhos". Quem disse isso foi Victor Hugo. Bj.

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  3. " ninguém é jovem após os 40, mas pode-se ser irresistível em qualquer idade. " C Chanel

    eu acho que tu continuas batendo um bolão, in and out .

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