domingo, 12 de junho de 2022

SIMPLESMENTE CLÔ

Finalmente, depois de incontáveis alternâncias de medidas restritivas e flexibilizações, fui assitir ao espetáculo Simplesmente Clô, solo do ator Eduardo Martini em cartaz no Teatro União Cultural aqui em São Paulo. Digo isso porque a peça estreou ainda antes da pandemia, saiu de cartaz quando todos os teatros fecharam e foi das primeiras, senão a primeira, a voltar com todos os protocolos de segurança. Que pena que não fui antes! Martini incorpora o estilista Clodovil da cabeça aos pés, passando pela voz, a maneira de falar, os trejeitos, a entonação, enfim, a "façon de bouger" do plêmico criador de moda e comunicador. Figura controversa - para dizer o mínimo - Clô era implacável em seus julgamentos e opiniões. Para além do estilista, o apresentador de televisão era amado e odiado na mesma proporção pelos milhares de espectadores da tevê aberta quando essa era a única plataforma de divulgação ao alcance de toda a população. Hoje, com a internet, ele faria a festa dos haters e canceladores de plantão... Mas o que importa, aqui, é o impecável trabalho de ator de Eduardo Martini. Sua composição é minuciosa. Rica. Divertida. Um trabalho de pesquisa antropológica. A gente tem a impressão de estar vendo o próprio Clodovil Hernandez sur la scène. E olha que eu já assisti ao Clô em si fazendo show. Nenhuma grande suspresa para mim, que sou fã de Eduardo desde que ele fazia o Querubim, ao lado de Dercy Gonçalves, na novela Deus nos Acuda. Se não me engano, desde antes, quando o vi em um dos inúmeros musicais de Claudia Raia. A peça é curta, envolvente do início ao fim, e quando acaba a gente fica querendo ver um pouco mais do carismático personagem defendido com igual carisma pelo seu brilhante intérprete. Não sei até quando fica em cartaz. Mas, olhando para a lente da verdade, recomendo não perder... Na foto, Martini esbanja semelhança com Clodovil sobre a cena.

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