segunda-feira, 20 de junho de 2022

TRISTESSE

Meu amigo está triste. Ele perdeu alguém que amava muito. Fico sem palavras na tentativa de consolá-lo. Mas também, o que pode confortar o coração de alguém que acaba de perder um ser amado? Lembro então das minhas perdas, as recentes e as mais antigas. Do quanto me fizeram sofrer. De como aquelas dores pareciam não ter fim. Com o tempo percebi que o sofrimento dá lugar a uma imensa saudade povoada de lembranças boas vividas com quem partiu. É uma saudade infinda, posto que não irei mais encontrar essas pessoas por aqui. Mas, quem sabe, em um outro lugar ou dimensão? Digo mais: Algumas vezes as pessoas que perdi me visitam em sonho. Nessas ocasiões é como se não tivessem morrido. Sinto o cheiro, a presença. A voz é a mesma. O toque, o abraço. Minha mãe é a que mais me visita. Está sempre comigo; meu amigo Marcelo, que já partiu há vinte e oito anos; minha irmã astral Lidoka, que perdi há seis anos; a querida Sandra Güez, que nos deixou já se vão quinze anos... Estão todos comigo. Não é modo de falar e sim a mais pura verdade. Às vezes, quando a saudade aperta, ouço músicas que me fazem lembrar momentos vividos juntos. Ou músicas que me emocionem por falar do assunto, como For a Friend, de Jimmy Somerville, que diz: I never cried the way I cried over you. Que a dor do meu amigo passe logo. Que se transforme na tal saudade infinda repleta de lembranças boas a que me referi. Ainda mais ele, que é pura festa e joie de vivre... E, para encerrar, mais Jimmy Somerville: As I watch the sun go down, watching the world fade away, all the memories of you come rushing back to me... Na foto, a tristeza de Jimmy Somerville em si.

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