quarta-feira, 20 de janeiro de 2021
AÇOUGUE & MERCADINHO
No intuito de evitar aglomerações, desde o início da pandemia passei a fazer minhas compras diárias e semanais em dois pequenos comércios do bairro da Liberdade: A mercearia Kosaka e o açougue Yakitori. Ambos são de propriedade de famílias japonesas e ficam na rua Galvão Bueno. A mercearia é um típico armazém de bairro, que tem um pouco de tudo o que a gente precisa. Desde frutas, legumes e grãos até produtos de limpeza. O proprietário, junto com seus filhos, se desdobram em gentilezas e embrulham delicadamente cada alimento em seu saquinho, sempre dando pequenos descontos que fazem a gente retribuir com a preferência. Sem falar na organização, tudo arrumadinho e separado por assunto. Do jeito que o meu transtorno obsessivo-compulsivo gosta. Um dos filhos do proprietário é meu chará: Se chama Roberto. Ele me disse como é o seu nome japonês, mas eu esqueci... Já o açougue prima pela higiene. Pra começar, não tem cheiro de açougue. Parece uma loja, uma boutique de carnes, tal a assepsia do local. E vendem o sassami, aquele mini-peito que vem dentro do peito do frango e é extremamente macio. Tirados um a um pelo proprietário e seus funcionários. Às vezes encontro com Dona Margarida, proprietária do Isakaia Issa, fazendo suas compras por lá. Naturalmente que à paisana, sem o tradicional quimono de gueixa com o qual nos recebe no seu restaurante... Não quero mais nada depois que me tornei freguês desses dois estabelecimentos. Sou bem atendido e tenho um tratamento pessoal, diferente daquelas grandes redes de supermercados onde a gente é só um número na multidão e corre o risco de ser contaminado por pessoas sem noção. Sem falar que neles encontro alimentos tipicamente japoneses como salada de bardana, missô, alga, guiosas, sushis, lamen... São essas pequenas coisas que me fazem amar São Paulo: Ela é muitas em uma só. Parece incacreditável que uma metrópole totalmente cosmopolita consiga ser ao mesmo tempo tão cidade pequena. Esses dois achados serão para a vida toda, além-pandemia. Uma pena que nenhum dos dois venda vinhos...
Na foto, a rua Galvão Bueno iluminada pelas lanternas japonesas.
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Querido amigo, lendo seu post e me identificando totalmente, a pandemia me ensinou algumas coisas preciosas, não preciso comprar roupa até 2025, e os pequenos negociantes se tornaram essenciais em nossas vidas, longe de discriminar os grandes atacadistas que, por vezes, tem uma maior variedade de opções, e preços, mas não há nada que pague o tratamento personalizado e os "achadinhos" que esses pequenos comércios nos revelam.
ResponderExcluirOdilon! Não é verdade? Me sinto muito mais à vontade e acolhido nesses pequenos negócios. Adoro quando você comenta aqui no blog...
ResponderExcluirViva o armazém. Aqui tenho o Nicolini e o Matheus, a salvação. Porto Alegre, pra quem gosta, têm excelentes ofertas de cooperativas natureba que trazem à porta, higiênicas, cuidadosas. Viva o empreendimento tamanho humano.
ResponderExcluirViva, Sergio, viva!!
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