sexta-feira, 22 de novembro de 2019

DIA DE CHUVA

Acabo de sair do cinema. Fui assistir ao novo filme de Woody Allen, Um Dia de Chuva em Nova Iorque. No original, Rainy Day in New York. Amo o título. E devo confessar que já sabia que iria amar o filme também. Aliás, vou confessar algo ainda mais grave. Um furo de reportagem: Na minha cabeça eu vivo como numa espécie de filme deste cineasta. Entre parques, rooftops e piano-bares, tomando drinks e, invariavelmente, ouvindo jazz. Porter, Berlin, Gershwin. Agora mesmo, que cheguei em casa a tempo de escapar do toró que se anunciava, escrevo ouvindo Nat King Cole e bebendo uísque... Romântico e cômico na medida, como sempre. Um personagem central que é uma espécie de alter-ego do diretor e roteirista, como sempre. Nova Iorque como cenário, como quase sempre. Só que, dessa vez, um elenco surpreendentemente jovem. A começar pelos protagonistas: Timothée Chalamet (de Call me by Your Name), Elle Fanning e Selena Gomez. A trilha sonora traz, como tema da vez, Everything Happens to Me. Em várias versões, inclusive tocada ao piano e cantada pelo próprio protagonista. Nada mal para um fim de tarde de sexta-feira em uma São Paulo que chove quase diariamente. Digam o que disserem de Woody Allen, ele continua sendo, ao lado de Pedro Almodóvar, um dos meus cineastas preferidos. Dos poucos que me fazem sair de casa para assisti-los. Não obstante um certo machismo mal disfarçado, ao retratar as mulheres bonitas e desejáveis como burras. Ainda que de forma light, isso se evidencia em vários momentos do filme. Como quando o protagonista cita "in the roaring traffic's boom, in the silence of my lonely room", de Cole Porter, e a mocinha pensa que é Shakespeare... Mas é sempre um deleite assistir a uma película nova de Allen. Pena que o tempo esteja passando depressa demais e logo não teremos mais filmes novos dele para assistir. Como os personagens dizem, a certa altura do filme:
- O tempo voa.
- Pena que seja de classe econômica.
- O que isso quer dizer, exatamente?
- Que a viagem nem sempre é confortável.
Ainda bem que temos filmes novos de Woody Allen a cada ano. Isso faz com que a nossa viagem seja mais confortável. Pelo menos a minha viagem pessoal...
Na foto, o protagonista Timothée Chalamet como uma espécie de Woody Allen jovem.

Um comentário:

  1. Já estava na minha lista de prioridades ver esse filme, agora que você falou da trilha fiquei mais curioso ainda.

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