segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

CARNAVAL 2016

Hoje é apenas segunda-feira e já tomei um fartão de carnaval. É que aqui no Rio a folia momesca se manifesta as vinte e quatro horas de todos os dias em todos os bairros, ruas, praças e esquinas da cidade. Tá puxado pra mim, confesso. Não que já não tenha me jogado e talz. Mas minha animação não resiste até as cinzas. Apaga bem antes. Logo cedo já sou despertado pelas passagens de som dos blocos do Aterro do Flamengo. Teve, inclusive, dois blocos aqui na frente de casa. No sábado, o da Radio Globo, que fica juste à côté de chez moi, e hoje o Surdos e Mudos, que quase me ensurdeceram. Agora tudo deu uma deliciosa acalmada e ouço jazz com as janelas fechadas e o ar condicionado ligado enquanto bebo espumante. Se fosse rico estaria bebendo champanhe. Se fosse presidenta, estaria bebendo espumanta. Mas, como ator desempregado e escritor diletante que sou, bebo um humilde prosseco. Aliás, recomendo, muito bom: Don Guerino. Da Serra Gaúcha, que produz ótimos vinhos. E ótimos atores desempregados/escritores diletantes também... Mas, por favor, não me tomem por um chato reclamão elitista coxinha reaça fascista do caralho. Como disse acima, eu bem que já me joguei. Na semana passada pulei na pipoca da Preta Gil em pleno centro da cidade sob o sol de quarenta graus que fazia o Rio ferver! Nem mesmo eu próprio acreditei. Na sexta-feira, fui ao bloco Rival Sem Rival, da fofa/talentosa/lindíssima Leandra Leal. Como não trouxe nada de carnaval aqui pro Rio - veja só se pode - improvisei um francesinho bem no clima bleu-blanc-rouge com direito a foulard e tudo. Aqui na frente, curti Eliana Pitman animando o bloco da Radio Globo. Sem falar nas batidas de perna por Ipanema, Copacabana e Centro registrando a animação alheia, que é a que mais me mobiliza. Muitos gladiadores, Freds Flintstone, diabos, anjos, bebês, grávidas e cross dressers, que estão bombando como sempre. Por vezes me sentia em uma crônica de João do Rio... Por falar nisso, termino citando o próprio, em trecho do meu texto na peça É Vinte, As Folias do Século: " No carnaval as mulheres entregam-se, os homens abrem-se, os instrumentos rugem; estes três dias ardentes, coruscantes, são como uma enorme sangria na congestão dos maus instintos". Atualíssimo, se substituirmos os três dias por mais ou menos três semanas... Ah! Essa madrugada vou acordar com o despertador para assistir ao desfile da Imperatriz, em cuja comissão de frente Weidy é um dos coreógrafos assistentes de Débora Colker.
Nas fotos, flashes da minha própria animação carnavalesca.

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