terça-feira, 2 de setembro de 2014

MAGIA AO LUAR

A estreia de um novo filme de Woody Allen é algo que sempre me faz uma pessoa mais feliz. Sou daqueles cuja vida já valeria a pena se fosse somente para prestigiar as obras desse cineasta. Seu humor, longe de ficar só na superfície, é repleto de questionamentos. E melancolia. Magia ao luar poderia ser uma comédia de sessão da tarde não fosse a genialidade desse mestre da sétima arte. Que usa um confronto entre ciência e misticismo, razão e emoção, para questionar o sentido da vida e a banalidade das coisas. Sua transitoriedade e finitude. Com a delicadeza das histórias de amor e a ironia das comédias mais refinadas. Tudo embalado em uma reconstituição de época perfeita, lindas paisagens, excelente trilha sonora (como sempre), ótimos atores e, de lambuja, Ute Lemper dando uma canja como a cantora de cabaret que de fato é. Nada que Woody Allen já não tenha feito antes em outros filmes. Só que ele, assim como os bons vinhos, fica cada vez melhor. E faz comigo, como diz a canção de Cole Porter que está na trilha, something that simply mystifies me. Ainda bem! O novo Woody Allen é um velho e bom Woody Allen. Cheguei em casa e coloquei para tocar You Do Something To Me, na versão de Bryan Ferry, no modo repeat até cansar. Depois troquei para a versão de Ella Fitzgerald. Que nunca me faz cansar. Assim como Woody Allen. E fiquei, ou melhor, continuei pensando no sentido da vida e na banalidade das coisas. Sua transitoriedade. E finitude...

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