terça-feira, 15 de julho de 2014
LIVROS
Tenho um relação bastante estreita com esses objetos, se é que assim se pode chamá-los. Desde a mais tenra idade, Lobato, Éxupéry, Druon, Veríssimo, Alencar. Até uma idade bastante avançada, vivia bem mais através deles do que da vida em si, a dita real. Com o tempo os fui acumulando, enchendo estantes, armários, gavetas, prateleiras. Hoje penso que devem ser passados adiante. Depoi que os leio, guardo por um certo tempo e então os doo. Do verbo doar. Não doer. A doação deve ser feita sem dor. Com amor, de coração aberto. E desejando as melhores transformações possíveis nas vidas de quem os ler. É claro que nem tudo pode ser doado. Clarices, por exemplo, jamais. Irão todos comigo para a fogueira. Um Gabeira autografado aqui, um ou outro Mario Quintana acolá, toda regra tem suas exceções. Do mais, desapeguei. Admiro meu amigo Odilon que os abandona em locais públicos para que outras pessoas os encontrem e leiam. Eu os doo para uma instituição que faz bazares com eles e usa a renda para ajudar crianças doentes. Adoro a ideia de que viajem, circulem, transmitam seus conteúdos, suas ideias, inspirações nos mais diversos lugares, cidades, países. Os virtuais não me seduzem. Prefiro, como cantou Caetano, "amá-los do amor táctil que votamos aos maços de cigarros. Domá-los, cultivá-los em aquários. Em estantes, gaiolas, em fogueiras. Ou lançá-los para fora das janelas". Deixando espaços livres para que novos livros venham preenchê-los. Nas fotos, o autógrafo do "colega e amigo" Quintana e o meu preferido desde sempre A Descoberta do Mundo, de Clarice.
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Bob, você captou perfeitamente o espírito que envolve a doação de livros: "desejando as melhores transformações possíveis nas vidas de quem os ler". Compartilhar é um ato de amor e quanto mais gente puder ler será melhor. Também tenho aqueles livros dos quais não consigo me separar, mas essa conta eu acerto no dia do juízo. Abração.
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