quarta-feira, 26 de março de 2014

OUTONO

A passagem dos anos segue me surpreendendo. Sempre preferi o verão às outras estações. Mesmo quando as temperaturas subiam aos píncaros. Ainda assim eu dizia preferir o calor ao frio. Achava o inverno triste. Mas a juventude é desse jeito: Extremada. Hoje, já prestes a completar cinquenta e um anos de vida, me dou conta, sentado à janela do ônibus, do quanto o sol de outono é suave. Ele me acaricia com sua tepidez, ao contrário do sol de verão que, na janela desse mesmo ônibus, me torrava e me fazia suar às nove horas da manhã... Assim me rendo aos meios termos da idade madura. É isso: Entre os extremos exaltados da juventude existem os meios tons da idade mais avançada. O que não quer dizer que as mudanças, surpresas e o inesperado não sejam bem vindos... Hoje é o aniversário de Porto Alegre, a cidade onde vivi a maior parte da minha vida, dos catorze aos trinta e dois anos. O outono na capital gaúcha tem uma das mais lindas luzes que jamais vi. Manhãs e tardes outonais costumam ser inesquecíveis por lá. Não lembro se quando vivia no sul eu me dava conta de tamanha beleza. Hoje, quando visito, fico extasiado. Mas é isso: Acho que estou vivendo o outono da vida. Depois virá o inverno e, quem sabe, o fim. Para que outras vidas sigam surgindo nas próximas primaveras e verões. Bom outono a todos! Na foto, as mitológicas Ingrid Bergman e Liv Ullmann no clássico Sonata de Outono.

Um comentário:

  1. Sinto informar, daqui a pouco São Paulo será a cidade em que passou a maior parte da sua vida.

    ResponderExcluir