sexta-feira, 2 de dezembro de 2011



LEME

Se você estiver de frente pro mar, na ponta esquerda de Copacabana, lá no finzinho, fica o bairro do Leme. Ele não é moderno como Ipanema, nem sofisticado como o Leblon. Tampouco esfuziante, como sua feérica e já muitas vezes cantada vizinha, Copacabana. O Leme é discreto, pequeno e charmoso. Quase todos os moradores se conhecem e se cumprimentam pelo bairro. As ruas são mais tranqüilas, sem aquele trânsito constante de carros e ônibus das suas vizinhas. Tem restaurantes charmosos e modernos, como o já aqui citado La Fabrique, e tradicionais, como o Amicci e o Shirley, onde se come os mais incríveis frutos do mar... No início dos anos noventa, quando voltei de Paris e vim para o Rio trabalhar com Luiz Arthur Nunes, morei no Leme, na rua Gustavo Sampaio, que é paralela à Avenida Atlântica. O bom é que da minha janela dava pra ver uma nesga de mar... Clarice Lispector morava no Leme. Nessa mesma rua... É da Pedra do Leme que se tem uma das mais belas vistas da praia de Copacabana. Ela tem esse nome porque, quando vista do alto, tem a forma de um leme de navio. Lá fica o Caminho dos Pescadores, de onde eles lançam seus anzóis ao mar. Lá tem também um senhor japonês de quase oitenta anos que mergulha pulando do alto da pedra e volta por uma corda que deixa amarrada nas pilastras de proteção... Os cachorros dos moradores se encontram, latem uns para os outros, se cheiram e seguem o passeio. No Leme fica o prédio do antigo Hotel Méridien, cuja cascata de fogos iluminava o révéillon de Copacabana. No subsolo do Méridien ficava o Rio Jazz Club, onde assisti, nos anos noventa, ao show da banda paulista Vexame... Sempre vou ao Leme. Se por mais não for, para fazer belas fotos, como essas que ilustram o post. E sempre me vem à memória os versos da canção de Carmen Miranda: Paris, Paris je t’aime, mas eu gosto muito mais do Leme...

Nas fotos, o Leme em si, com o Méridien ao fundo, e o Caminho dos Pescadores.

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