sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Quase Natal, diz o título do post, en français... E eu estou quase na minha cidade natal. Mais exatamente, estou no ônibus que me leva a Passo Fundo, para visitar minha irmã Regina, e, na sequência, irei a Soledade rever amigos e a minha cidade natal... Faz anos que não visito Soledade. Depois que minha mãe faleceu, há quatro anos, acho que é a segunda vez que retorno. Uma torrente de lembranças passa pela janela do ônibus: Cada curva da estrada, cada ponte, cada rio ou montanha. Tudo já visto, muitas vezes, em diferentes épocas da vida, com diferentes olhares e maturidades... A vida passando como uma linha de tempo, nítida, clara, cronologicamente desenhada. O momento presente ligado a todos os momentos passados e caminhando constantemente em direção a um futuro próximo, que se revelará presente e, em seguida, passado também... Não sou muito chegado ao futuro do pretérito, por exemplo. O que poderia ter sido. Gosto do que foi, do que é e do que será, que ainda não sei. Esse mistério, essa possibilidade de materialização do desconhecido é o que move... O trem das cores, de Caetano, me vem à memória. Encontros e despedidas, de Milton. Morro Velho, também de Milton, que eu cantava mentalmente para meu amigo Jorginho, que ia com meus pais me levar na rodoviária toda vez que eu deixava Soledade em direção à cidade grande...Não me esqueça, amigo, eu vou voltar. Some longe o trenzinho, ao Deus dará... Ouço o novo CD de Amy Winehouse no diskman. Quer passado mais presente? Tanto Amy quanto o diskman... E mais um ano termina, cheio de lembranças, viagens, histórias. Para dar lugar a um outro, que irá gerar mais viagens, lembranças, histórias. Se a gente não se falar mais, Feliz Natal e um ótimo Ano Novo!
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Que o Brasil é um celeiro de cantoras todo mundo já sabe. Elas surgem aos borbotões, todos os anos, semestres, meses. Aliás, arrisco dizer que todos os dias surge uma nova cantora. São centenas de novas Gais (adoro esse plural), novas Bethânias, novas Simones e, até mesmo, novas Marisas Montes - que já era uma nova Gal... Mas pouco se fala dos rapazes. E, de mansinho, eles começam a despontar. Eu gosto particularmente de três: Dan Nakagawa, Thiago Pethit e, mais recentemente, Filipe Catto. Três vozes, estilos e timbres completamente diferentes. Em comum, o fato de serem também compositores das próprias canções. Além de excelentes intérpretes. O Dan eu já acompanho há mais tempo. O Thiago, descobri há dois anos. E o Filipe, venho de conhecer, tipo semana passada. Mas já fui ao show, comprei CD, virei fã... Eu, que sempre idolatrei Milton Nascimento, fico muito feliz de ver esses novos talentos surgindo, se afirmando e renovando a cena musical brasileira. Edson Cordeiro, outro expoente da categoria, atualmente brilha em Berlim e adjacências europeias. Ainda bem que existe vida inteligente fora do circuito Luan Santana – Michel Teló...
sábado, 17 de dezembro de 2011
BODAS DE ALGODÃO
Hoje meu blog está completando dois anos de existência. São as nossas bodas de algodão. E a nossa relação está cada vez melhor. Penso nele todos os dias. Quando vejo coisas interessantes, fico louco pra chegar aqui e dividi-las com ele... Ando sempre com a máquina fotográfica na bolsa e quase todas as fotos que tiro são pensando em postar aqui... Claro que, como em toda a relação, a nossa tem altos e baixos. Às vezes fico irritadíssimo com ele. Quando, por exemplo, não consigo postar um texto no formato que desejo, ou quando o tamanho da fonte não fica no padrão que estabeleci desde o início da nossa relação. Detesto quando ele GRITA o título do post em um negrito gigantesco... Uma amiga já me disse que essa falta de controle sobre o blog é porque ele é gratuito. Será? Não sei. O fato é que, nesses dois anos, as alegrias e satisfações superam largamente os desagrados. O número de seguidores aumentou significativamente do ano passado pra cá. Os comentários diminuíram. E isso também se deve a um descontrole, pois mesmo seguidores que antes conseguiam postar seus comentários, não conseguem mais. Mas, tudo bem, porque eles comentam pelo Facebook ou por e-mail. O número de visualizações também aumentou bastante. Já são mais de vinte e duas mil! Gosto de ter o blog porque me sinto conectado com o mundo. Adoro a idéia de jogar opiniões em um lugar que sempre será visto por alguém. Sinto-me integrado, participante. É, também, um desafio para mim. Afinal de contas, sempre tenho que ter assunto. E, para tanto, preciso estar ativo, por dentro, informado. Gosto da idéia de divisão que ele me dá: Tudo o que vejo, leio, aprecio, experimento, conheço, eu divido aqui com os leitores. Sinto-me acompanhado. Atenção solitários: Blog é excelente remédio para a solidão! Hoje estou comemorando nossas bodas de algodão: Dois anos de conectividade. Comigo mesmo, com a vida e com vocês, leitores ocasionais e seguidores. Bebo champanhe ouvindo novo CD de Amy Winehouse... Joyeux Anniversaire!
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
SEU ZARPELLON
Seu Zarpellon era fotógrafo. O fotógrafo de Soledade, minha cidade natal. Mais do que isso, ele era a memória da cidade. Todo o que acontecia, ele registrava. E o que acontecera no passado, também. Seu estúdio ficava em frente à praça, bem no centro da cidade. Era uma pequena casa de madeira, no fundo do terreno do prédio no qual ele morava. Entrava-se pela garagem do edifício, que ele transformou numa espécie de galeria, onde fixava quadros com as fotografias dos últimos eventos da sociedade. Sempre que íamos passear na praça, dávamos uma passada por lá para saber das novidades. Uma espécie de coluna social ilustrada... Cada vez que ia tirar uma foto, Seu Zarpellon ficava um tempão dirigindo os modelos. O que deu origem à expressão: Vai, Zarpellon! Usada sempre que alguém demorava demais para bater uma foto... Sua filha Marília foi minha professora de história no ginásio. Eu adorava a Marília. Ela era interessantíssima. A única pessoa que eu conhecia que já havia feito várias viagens à Europa... Um dia, numa das minhas visitas à Marília, pedi ao Seu Zarpellon que posasse para mim. Já que ele fotografava todo mundo, eu queria ser a pessoa que iria fazer o mesmo com ele. Então subimos no terraço do prédio, onde fiz a foto que ilustra o post... A maior parte dos retratos de família que tenho foram feitas por ele. Tenho especial carinho por um que ele fez da minha mãe, fantasiada de cigana no carnaval. Fez a foto em preto & branco e depois coloriu-a à mão. Hoje ela está emoldurada e tem lugar de destaque na sala da minha casa... Adoraria ter acesso aos arquivos do Seu Zarpellon, espécie de google images da época. Aliás, onde estará guardado tal tesouro?
Na foto, Seu Zarpellon contempla Soledade do alto do seu edifício.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
NATALIZAÇÃO PRECOCE
Adoro o Natal e desde criança essa sempre foi a minha época preferida do ano. Mais do que a data em si, com os presentes, a decoração, a família reunida, as comidas deliciosamente diferentes, o que me encantava e continua encantando era a chegada das férias e do verão. Fim de um ano e início de um outro, cheio de expectativas e sonhos a realizar. Eu fico muito mais feliz nesse período em que os dias são mais longos, as noites agradáveis, todo mundo fica muito mais à vontade no verão do que no inverno, escuro, frio e fechado por natureza. Mas o que tem me irritado bastante, de uns tempos pra cá, é o que chamo de natalização precoce. Com o explícito intuito de incentivar o consumo, começa-se a viver o Natal cada vez mais cedo! Gente, pelo amor de Deus, esse ano já tinha enfeites de Natal no mês de outubro! Quer dizer, o Papai Noel ainda nem pensou em entrar na chaminé e o Natal já está sendo gozado... Outra coisa que me irrita sobremaneira é a permanência, em pleno século vinte e um, da reprodução, aqui nos trópicos, do Natal dos países do hemisfério norte. Há tempos atrás, tudo bem. Não se tinha muito acesso à informação e éramos colonizados mesmo, logo, aceitávamos essa aculturação sem muito questionamento. Mas hoje em dia, com a globalização, a internet e tudo o mais, continuarmos representando o Natal com neve, renas e trenós é no mínimo insólito... E o Papai Noel com aquela roupa de pelúcia? Aliás, será que alguma criança com mais de dois anos de idade ainda acredita em Papai Noel? Muitos gostam de destacar, principalmente nas redes sociais, que perdeu-se o “verdadeiro sentido” do Natal e que agora é só consumo. Pois bem: Eu fui criado numa família católica e juro a todos vocês que nunca soube o que vem a ser esse tal “verdadeiro sentido” do Natal. Pra mim, e acho que pra todas as crianças do meu tempo, o sentido do Natal sempre foi ganhar presentes. De preferência coisas mais caras, que durante o ano, nas datas menores, não ganhávamos... E, claro, festejar com parentes, amigos, comidas e bebidas especiais...
E, cá entre nós, não é uma delícia?
Joyeux Noël à tous!
Nas fotos, a Fiesp toda trabalhada no dourado e a reciclagem de pets que adorna a fachada do Conjunto Nacional.
domingo, 11 de dezembro de 2011
O domingo amanheceu nublado e eu não dava nada por ele... De repente se encheu de sol e tudo começou a acontecer! Fui almoçar com minha amiga Adriane Mottola, que está de passagem por São Paulo, e colocamos o papo em dia. Depois fui ao Sesc Belenzinho para assistir ao espetáculo Alguém Acaba de Morrer lá fora, texto do jovem dramaturgo Jô Bilac, de quem já ouvira muito falar, com direção de Pedro Neschling. Adorei. Fico muito feliz quando vejo gente jovem produzindo trabalhos relevantes e de qualidade. Ótimos texto e direção. Pedro revela-se excelente diretor, claro, limpo, seguro, moderno. Como disse minha professora Irene Brietzke ao avaliar a primeira cena que dirigi na faculdade de teatro: Tem postura de diretor. O que, nos dias de hoje, já tem valor de ouro... Sem falar que no elenco está a musa da minha adolescência Lucélia Santos, que vem a ser a mãe do Pedro e está na sua melhor forma, uma menina em cena... O Sesc Belenzinho é um luxo e merece um post à parte aqui no blog. E nos brindou com um entardecer encantador, com direito a por do sol do terraço do café do teatro... Agora escrevo
admirando a lua cheia, que resolveu não deixar por menos e dar um show digno de abafar as luzinhas do Natal, que atravancam a Avenida Paulista e adjacências. O fim de semana foi pródigo em artes cênicas. Na sexta, fui assistir à Dona Fernanda Montenegro com seu solo chiquérrimo Viver Sem Tempos Mortos. O título diz tudo e é exatamente o que a dama do nosso teatro faz desde que põe o pé sur la scène e senta-se na sua cadeira: Vive sem tempos mortos a vida de Simone de Beauvoir e nos leva junto com ela. Só voz, expressão facial, pouquíssimos gestos e uma dicção impecável. Fernanda, do alto dos seus oitenta, não erra uma sílaba. É um luxo em tempos de atores que mal sabem falar... No sábado foi a vez do novo Almodóvar: A Pele que Habito. Sempre amei, idolatrei Almodóvar, salve, salve. Ele está cada vez melhor e mais louco, o que, por si só, já quer dizer melhor. Entendam como quiserem. O que é melhor para uns pode não ser melhor para outros. E deixa eu sair do computador que a lua grita lá fora!
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
JUDY IN RIO...
sábado, 3 de dezembro de 2011
BATE PERNAS...
Adoro bater pernas no Rio de Janeiro, de Ipanema ao Centro, passando por Copacabana com suas riquíssimas fauna & flora. E, claro, seu mundo mineral também... Aliás, esse é um hábito que tenho. Sempre que viajo, gosto de me deixar levar pelas cidades. Programo uma atividade ou lugar que quero conhecer e, a partir daí, acabo indo a vários outros, que surgem ao acaso. E assim, desvendo as cidades... Ao meu modo. Quando vou a lugares turísticos, gosto de observar os turistas estrangeiros que fazem todos os passeios usando aquelas horríveis sandálias de tiras de nylon e grossas solas pretas de borracha, com bermudas, camiseta e mochila. E fico me perguntando: De que adianta conhecer lugares incríveis e sair horroroso nas fotos? Sim, porque ninguém, nem a mais loura e alta das suecas, fotografa bem usando trajes tão deselegantes...Tudo bem, eu sei que é em nome do conforto. Mas, se unissem conforto a um mínimo de elegância, ficaria melhor pra todo mundo... E as gerações futuras, ao admirarem velhos retratos, teriam outra impressão dos seus antepassados... Os espelhos art- nouveau da Confeitaria Colombo, por exemplo, devem contemplar incrédulos a ação do tempo sobre a indumentária dos seus frequentadores... Estive no Centro do Rio, fui ao Paço Imperial, à Colombo em si, ao Convento de Santo Antônio, meu santo de devoção, ao Centro Cultural Banco do Brasil, onde visitei a exposição da Índia e assisti ao espetáculo Não me Diga Adeus, com direção de Gilberto Gavronski e fui também ao Centro Cultural dos Correios, onde estão expostas as fotografias de Brassaï, reunidas na mostra Paris la Nuit.... Ou seja, uma coisa leva à outra e à outra e etc...
Nas fotos, o Largo da Carioca visto do Convento de Santo Antonio, a fachada da Colombo e a colorida rua Primeiro de Março.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
LEME
Se você estiver de frente pro mar, na ponta esquerda de Copacabana, lá no finzinho, fica o bairro do Leme. Ele não é moderno como Ipanema, nem sofisticado como o Leblon. Tampouco esfuziante, como sua feérica e já muitas vezes cantada vizinha, Copacabana. O Leme é discreto, pequeno e charmoso. Quase todos os moradores se conhecem e se cumprimentam pelo bairro. As ruas são mais tranqüilas, sem aquele trânsito constante de carros e ônibus das suas vizinhas. Tem restaurantes charmosos e modernos, como o já aqui citado La Fabrique, e tradicionais, como o Amicci e o Shirley, onde se come os mais incríveis frutos do mar... No início dos anos noventa, quando voltei de Paris e vim para o Rio trabalhar com Luiz Arthur Nunes, morei no Leme, na rua Gustavo Sampaio, que é paralela à Avenida Atlântica. O bom é que da minha janela dava pra ver uma nesga de mar... Clarice Lispector morava no Leme. Nessa mesma rua... É da Pedra do Leme que se tem uma das mais belas vistas da praia de Copacabana. Ela tem esse nome porque, quando vista do alto, tem a forma de um leme de navio. Lá fica o Caminho dos Pescadores, de onde eles lançam seus anzóis ao mar. Lá tem também um senhor japonês de quase oitenta anos que mergulha pulando do alto da pedra e volta por uma corda que deixa amarrada nas pilastras de proteção... Os cachorros dos moradores se encontram, latem uns para os outros, se cheiram e seguem o passeio. No Leme fica o prédio do antigo Hotel Méridien, cuja cascata de fogos iluminava o révéillon de Copacabana. No subsolo do Méridien ficava o Rio Jazz Club, onde assisti, nos anos noventa, ao show da banda paulista Vexame... Sempre vou ao Leme. Se por mais não for, para fazer belas fotos, como essas que ilustram o post. E sempre me vem à memória os versos da canção de Carmen Miranda: Paris, Paris je t’aime, mas eu gosto muito mais do Leme...
Nas fotos, o Leme em si, com o Méridien ao fundo, e o Caminho dos Pescadores.