sexta-feira, 18 de novembro de 2011


CRÔ
Não aguento mais ouvir o ator Marcelo Serrado declarar em entrevistas que o autor Agnaldo Silva queria que um ator hétero fizesse o personagem Crô. Como se tivesse alguma importância para compor tal caricatura o que o ator faz ou deixa de fazer na sua intimidade. Na minha opinião o personagem deveria chamar-se Ana Crô, de tão afetado e anacrônico... Mas, enfim, Marcelo é um ótimo ator e tenho certeza que comporia muito bem um serial-killer sem ter que matar ninguém. Porque um hétero faria melhor ou pior um personagem? Eu tenho a vaga impressão que, a essas alturas do campeonato, todo mundo já sabe que existem vários tipos de gays: Afetados, afeminados, completamente masculinos, das mais diversas profissões e gostos pessoais. Assim como existem os mais variados tipos de héteros: Rudes, machões, desencanados e, até mesmo, delicados e femininos. Então que importância pode ter a sexualidade do ator para interpretar o que quer que seja? Não acredito que essa tenha sido uma exigência do autor, parece mais uma desculpa do ator para deixar claro que a bicha é o personagem, não ele. Algo do tipo: Não me confunda! Mas, pensando bem, talvez essa exigência tenha sua razão de ser: Afinal, como todo mundo sabe, ou imagino que saiba, a grande maioria dos atores que interpreta galãs héteros nas novelas é gay... Será que é assim que funciona o raciocínio? Héteros são escalados para interpretar gays e gays para interpretar héteros? Que bobagem...
De toute façon, continuo não vendo sentido na afirmação.

2 comentários:

  1. Explicacao e para porteiro, nao para ator...

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  2. Acho que um gay faria um Crô melhor, talvez até mais afetado, e com mais verdade. Mas tudo nessa novela é caricato, das personagens principais ao mais reles figurante, tudo é fake e completamente inverossímel para uma novela que se diz 'urbana'. Eu, noveleiro assumido que sou, tô gritanto faz tempo... next!

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