Hoje saí pra andar de bicicleta pelo bairro e aproveitar um pouco da tarde de sábado. As pessoas estão enlouquecidas com o Natal que se aproxima e compram coisas descompensadamente, como se, com isso, pudessem purgar todas as cagadas cometidas no ano, todas as grosseirias, desatencões, faltas de educacão e demais faltas cometidas com os outros. Na esquina da Oscar Freire com a Hadock Lobo sou surpreendido por um quarteto de cordas que executa, em plena rua, obras de Bach, Vivaldi, Haendel, e, até, O Trem Caipira, de Villa Lobos. Páro a bicicleta e fico junto ao meio fio apreciando esse concerto inusitado. Algumas pessoas jogam dinheiro aos músicos, sem ao menos parar pra apreciar a sua arte. De novo a purgacão, etc. Viajo na música e lembro de quando morava em Paris e parava, no caminho da escola de francês para o meu trabalho, na estacão Chatelet do Metro, para ouvir uma orquestra de cordas que estava sempre lá, e, mais ou menos na hora em que eu passava, executava a aria na corda sol, de Bach, que adoro e que me fazia chorar as saudades, ausências e distâncias vividas naquela fase...
Choro hoje na Oscar Freire, de emocão, tocado pela beleza da música. Os violinos deslizando, os pizzicati espocando suaves entre os roncos dos motores importados. A felicidade às vezes está bem mais perto do que a gente imagina.
sábado, 19 de dezembro de 2009
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adorei. Lindo texto Ro! bjao
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