sábado, 20 de maio de 2023
ROBERTO SEM RITA
Há muito tempo uma mulher sentou-se e leu na bola de cristal que uma menina loura ia vir de uma cidade industrial. De bicicleta, de bermuda, mutante, bonita, solta, decidida, cheia de vida, etc e tal, cantando ié ié ié… Dias de sol à beira-mar, friozinho outonal e entardeceres de beleza incomum. Só penso em Rita Lee. Suas canções na minha cabeça e na caixa de som. Rita Lee foi passear, vinte anos, namorar talvez. Tanto amor pra dar. Ela quer ser feliz. Ela só quer seu par... Roberto sem Rita. O marido e eu, Roberto também. O palhaço ri dali, o povo chora daqui, diz o ditado... O bom é que Rita estará sempre aqui. A cara de São Paulo. Como Hebe Camargo, que até hoje não acredito que morreu. Vamos embora, companheiro, vamos. Eles estão por fora do que eu sinto por você... Louco pra rever todos os DVDs dela que tenho. Num apartamento, perdido na cidade, alguém está tentando acreditar que as coisas vão melhorar ultimamente... Ouvir todos os CDs e LPs, reler todos os livros, apreciar todas as fotografias. Depois que eu envelhecer ninguém precisa mais me dizer como é estranho ser humano nessas horas de partida. São coisas da vida e a gente se olha e não sabe se vai ou se fica… Fica. Rita fica para sempre em mim. A Rita levou meu sorriso, no sorriso dela meu assunto... Por enquanto é só, nesse mês de maio que nos levou Rita...
Fotos do livro FavoRita.
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