domingo, 17 de julho de 2022
AQUÁTICA
No solo Virginia, em cartaz no Sesc 24 de Maio, Claudia Abreu nos convida a um mergulho. Não apenas literal, na água, como faz a personagem retratada ao cometer o suicídio, mas também no sentido figurado, do mergulho no interior de si. O texto, escrito pela própria atriz, apresenta pinceladas da vida e da obra de Virgínia Woolf, escritora inglesa cuja escrita modernista foi precursora do chamado fluxo de consciência, já nos primórdios do século vinte. É nesse fluxo que Claudia embarca ao mergulhar de cabeça no universo Virginiano. E de maneira encantadoramente simples, nos leva com ela nesse mergulho arrebatador. Como uma Ofélia reencarnada. (Tudo está em Shakespeare, diz o irmão de Virgínia em determinado momento da narrativa). São sessenta agradáveis minutos que passamos na companhia de uma atriz que domina o palco e a arte da interpretação. Sozinha no espaço cênico. Claudia é Virgínia, seu pai, sua mãe, seus irmãos e irmãs para depois retornar a ela própria, condutora dessa narrativa rica, interessante e cheia de revelações. Mulher à frente de seu tempo, Virginia Woolf já levantava e dissecava questões de gênero, ainda hoje tão assustadoras para determinados segmentos da população... Os aliados de Claudia Abreu nessa viagem pelo palco nu são apenas a trilha sonora de Dany Roland, a excelente iluminação de Beto Bruel e a direção sensível e inteligente de Hamir Haddad e Malu Valle. Um espetáculo inspirador e necessário. Traz de volta o teatro na sua melhor forma e essência. Imperdível!
Nas fotos, Claudia agradece os calorosos aplausos.
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Deve ser muito bom, se assim o dizes.
ResponderExcluirE assim o é, Serge.
ExcluirEita! Mais uma para minha lista. Pela simplicidade cênica vou ficar rezando para que chegue até aqui.
ResponderExcluirÉ bem provável que vá, Odilon! Vamos torcer...
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