sexta-feira, 22 de outubro de 2021
THE BEST
Marisa Orth faz aniversário e quem ganha o presente somos nós. Nós, seus seguidores, fãs e admiradores do talento dessa grande atriz. É que seu espetáculo solo Bárbara, d'après A Saideira, livro de Barbara Gancia, estreou aqui em São Paulo no dia em que Marisa faz anos. E foi uma festa. Com direito a porres, desastres, perdas, rompimentos, tristezas e frustrações. Alegrias e boas doses de humor também. Afinal, em se tratando de Barbara e de Marisa, a gente sempre espera, no mínimo, rir muito. Já contei aqui no blog o quanto a leitura da obra mexeu comigo e me deixou esperto para o problema do alcoolismo. Essa adaptação para o palco, feita por Michelle Ferreira, é no mínimo tão interessante quanto o livro. Tem a cara de Marisa. Começa como se fosse um show de humor e música como outros tantos que Marisa já protagonizou. Só que, pouco a pouco, Marisa vira Barbara para logo em seguida voltar a ser Marisa e vice-versa. A primeira vez que vi Marisa Orth no palco foi em um show da banda Luni no qual ela arrasava cantando The Best, a melhor. Pois é justamente cantando essa música que a transformação acontece diante dos olhos da plateia. Um recurso muito bem utilizado e explorado pela talentosa dramaturga Michelle Ferreira. Aí é só embarcar na viagem e se deleitar com a performance de Marisa, uma atriz no auge do domínio técnico, que vai da comédia ao drama no espaço de uma pausa dramática ou até mesmo sem pausa nenhuma. Completa, ela deita e rola - literalmente, como na maravilhosa cena da Barbara criança - e canta, dança, emociona e faz rir muito, como só as grandes comediantes sabem fazer. A direção de Bruno Guida, calcada basicamente na performance de Marisa, tira proveito da enorme versatilidade da atriz lançando-a em um verdadeiro tour de force sur la scène. Com o auxílio luxuoso de um contrarregra cênico que ora conduz seus movimentos e faz trocas em cena, ora contracena diretamente com ela. Um recurso interessante que tem ótimo resultado. Na verdade, Marisa de pouco ou nada precisa para arrasar. Nem mesmo do cenário, pouquíssimo utilizado e sem grande efeito cênico. Um palco nu já estaria de bom tamanho para ela pintar, bordar e presentear a todos com seu talento imensurável. Não só no dia dos seus anos, como em todos os outros também. Como diz a canção da banda Luni: Meu nome é Bárbara, eu sou super legal. Desde pequeninha sempre fui genial... Só para esclarecer: O Bárbara do título do espetáculo é com acento. O da canção do Luni, também. Já o da Gancia, é sem. E a Marisa Orth é bárbara mesmo! Palmas para ela, the best!
Na foto, Marisa na capa do programa do espetáculo com a luxuosa direção de arte de Gringo Cardia.
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Lendo esse post confesso que a inveja se apoderou de mim. Inveja da Marisa que já assisti tantas vezes e assistiria outras tantas, da Barbara que escreveu um ótimo livro, e de você, caríssimo, que teve a oportunidade de ver isso in loco. Sabe Deus quando, e se, chegará a minha vez.
ResponderExcluirOdilon, chéri! Inveja mata. Aprecie com moderação. Rsrsrs.
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