sábado, 22 de maio de 2021
BELLE ÉPOQUE
Novidades do confinamento: Estou lendo, quase terminando, um livro interessantíssimo chamado Cafeína. Minha irmã Regina me pediu para escolher algo de presente de aniversário. Como já estava há um tempo sem ler nada, pensei num livro e fui até a Livraria Cultura para escolher algum. Bati o olho e amei a capa de dois: O já citado Cafeína e um outro chamado Um Dry Martini Para Hemingway, de Fabio Pereira Ribeiro. Não é que minha irmã me mandou os dois? Como eu dizia, já estou quase terminando de ler a intrigante história de dois brasileiros cujos destinos se cruzam na Paris da Belle Époque. Um barão do café e um órfão criado por uma cozinheira e um padre. O primeiro tenta escapar da justiça por um crime que cometeu. O segundo, por um crime que não cometeu. O primeiro constrói uma usina de torrefação de café no subúrbio parisiense. O segundo, trabalha na construção da Torre Eiffel. Rica em detalhes da sociedade, política e costumes da época, a trama de Maurício Torres Assumpção lembra os romances históricos de Mary Del Priori. Além da vasta pesquisa que revela, o livro tem o dom de manter preso o interesse do leitor na história desses dois destinos em tudo opostos que se cruzam na mítica Paris do final do século dezenove. Ao fim de cada capítulo a gente fica louca para saber o que irá se passar no próximo... Claro que essa leitura reavivou a saudade incomensurável que venho sentindo da Cidade Luz nos últimos seis anos. Para completar, o outro livro aqui citado – e que começarei a ler em breve - também se passa em Paris mais ou menos na mesma época, os loucos anos do início do século vinte. Ainda não comecei a ler, mas já passei olhos pela capa, contracapa, orelhas e páginas iniciais. Já na primeira página, me deparei com a seguinte citação de Hemingway: “Se você quando jovem teve a sorte de morar em Paris, então a lembrança o acompanhará pelo resto da vida, onde quer que esteja, porque Paris é uma festa ambulante”. Foi e é exatamente o que acontece comigo. Estou ferrado! Devorando Cafeína para depois me lançar no Dry Martini com Hemingway, me dou conta de que nem só de privações se vive o confinamento...
Na foto, as etapas da construção da torre em que o personegem de Cafeína trabalhou.
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