sábado, 12 de setembro de 2020
CAIO DE NOVO NO FRONT
Se fosse vivo, o escritor Caio Fernando Abreu completaria hoje 72 anos de idade. Conheci Caio quase no fim da vida dele, em 1991 (ele viria a falecer em 1996). Muito já contei aqui no blog das poucas (porém intensas) coisas que vivi com ele. Hoje cedo, quando acordei, fiquei pensando no quê eu poderia relatar no post que não soasse repetitivo. Lembrei então de um episódio que - creio - ainda é inédito por aqui. Quando morava no Rio de Janeiro trabalhando como assistente de direção de Luís Artur Nunes, eu vinha de vez em quando a São Paulo para ver os amigos e assistir a espetáculos de teatro. Numa dessas vezes encontrei com Caio e, depois de bebermos em um bar e passarmos um tempo no apartamento dele da rua Haddok Lobo, fomos assistir ao espetáculo Tudo de Novo no Front, de Aimar Labaki, em uma boate da rua Brigadeiro Luís Antônio. Acho que até já citei esse fato aqui antes, mas não me detive a contar os detalhes. Quando estávamos dando um tempo chez Caio, nosso amigo Ivan Mattos, que morava com ele na ocasião, chegou em casa com os convites nos chamando para ir com ele conferir a peça. Ao chegarmos no local da apresentação percebi, lendo o programa do espetáulo, que um dos integrantes do elenco era um rapaz gaúcho que eu conhecera quando fui integrante do júri do Festival de Teatro de Pelotas. A peça era uma espécie de instalação performática na qual cada um dos personagens circulava pelo espaço interagindo com os espectadores. Quando esse menino de Pelotas veio interagir conosco, ficamos o tempo inteiro tentando desconcentrá-lo, no intuito de fazê-lo sair do personagem. E Ivan completava, se referindo a mim: Ele te conhece de Pelotas, não precisa fazer personagem conosco... Lembro que nos divertimos muito e depois que o espetáculo acabou fomos tomar uns drinks no Ritz (Já o Ritz, e isso aconteceu em 1992). O que eu não sabia e agora sei é que grande parte dos integrantes do elenco daquela peça hoje são meus amigos! Destaco três: Agnes Zuliani, Carlos Fariello e Lili Maniero. Isso aconteceu em um tempo em que a gente andava a pé pela cidade a altas horas da noite. Ah! E não se fotografava quase nada... Sempre que conto histórias destes tempos para pessoas mais jovens, elas invariavelmente me perguntam: Você tem alguma foto desse dia? E respondo: Não, infelizmente não tenho. Naqueles tempos andávamos muito ocupados em viver as coisas; logo, sobrava muito pouco tempo para fotografá-las... Feliz aniversário, Caio querido. Onde você estiver, in the sky with diamonds!
Ilustra o post a foto de Caio que roubei do painel de uma peça do Clube de Cultura em Porto Alegre nos anos oitenta.
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Maravilhoso. A peça rolava na boite Up&Down e era na rua Pamplona. Acho que o ator gaúcho em questão era o Dudu Coelho, não?
ResponderExcluirIsso mesmo. Era na Pamplona e acho que o ator era o Dudu, Cafi querido. Saudades!
ExcluirAgnes, querida! Que pena que ainda não conhecia vocês quando fui assistir... bjoss!
ExcluirSaudades também, Agnes. E dessa aventura mara que foi o Front. Beijos!
ExcluirClaro, Fari, era na Pamplona. Lembro que fomos a pé da casa do Caio até lá. O nome do ator já é pedir demais da minha memória rsrsrs... Mas tenho o programa da peça que ele participou no festival. Vou pesquisar! Beijos...
ResponderExcluirMuito boa essa lembrança! Bons tempos de São Paulo. Obrigado, querido! Bjs ��
ResponderExcluirIvan, querido! lembro como se fosse hoje. E seríamos vizinhos, pois moro na Alameda Franca esquina com a Haddock Lobo. Beijos.
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