domingo, 23 de agosto de 2020
MURAKAMI ET MOI
Hoje terminei a leitura de mais uma obra de Murakami: O Assassinato do Comendador, volume 2. Fiquei grande parte do domingo ensolarado e frio pensando porque ainda leio essas histórias. Já perdi as contas de quantos livros deste autor eu já li. As tramas se confundem na minha memória, na verdade são parecidas entre si, mas não consigo deixar de acompanhar com interesse cada nova empreitada literária deste que é um fenômeno da literatura mundial. Começo como quem não quer nada, tá, ok, mais um Murakami. Quando vejo estou envolvido até a medula e tenho uma necessidade urgente de desvendar o mistério por trás de cada reviravolta na trama. Nem dá para dizer que haja reviravoltas, mas as histórias tem a força de me levarem junto com elas. Há sempre um buraco, um portal, uma passagem que desvenda uma realidade paralela. Ou talvez perpendicular. Taí, gostei, realidade perpendicular. Acabo de cunhar a expressão, se é que ainda não existe. Preguiça de conferir no google... Murakami tem o poder de me levar junto nas aventuras. E elas invariavelmente se encaixam no que estou vivendo. Parece que foram escritas para me fazer crescer, me esclarecer e me dizer coisas. Como no teatro mágico de O Lobo da Estepe, de Hermann Hesse. Preciso entrar, preciso conferir e desvendar. Ando ausente, eu sei. Distante, isolado numa casa no alto da montanha, como o personagem sem nome de O Assassinato do Comendador. Talvez seja isso que eu precise aprender. Me isolar como no alto de uma montanha. Criar um personagem sem nome. Ou, talvez, ser um personagem sem nome. Entrar no universo paralelo ou perpendicular de onde sairei mais resistente, fortalecido e, quiçá, mais sábio. Os dias se extendem lentos, vazios e repetitivos. O futuro nunca foi tão incerto, mesmo o futuro próximo. Parece que vivo uma espécie de futuro do pretérito. Que poderia ou não se realizar... Desculpem se soo enigmático, hermético talvez. Perco um pouco a capacidade de me relacionar. Mas isso faz parte uma busca maior. Quem sabe eu talvez me encontre e possa me compartilhar com vocês que me lêem. Por enquanto, fica a dica da leitura de mais um Haruki Murakami. Aliás, dois: O Assassinato do Comendador volumes 1 e 2.
Na foto, o escritor e seu gatinho de estimação. Aliás, gatos sempre estão presentes nas histórias de Murakami.
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