segunda-feira, 18 de março de 2019
ELIS 7.4
Se ainda estivesse viva, ontem a cantora Elis Regina teria completado setenta e quatro anos de vida. Passei o domingo tomando vinho e ouvindo suas canções. Até aí, nada de mais. Afinal de contas, beber vinho e escutar Elis são duas das coisas que mais faço na vida. Mas o aniversário me fez ficar pensando em como ela estaria hoje... Logo que Elis morreu eu ficava imaginando músicas que ela cantaria e como seria a sua interpretação. Durante muito tempo eu a imaginei cantando Exagerado, de Cazuza, aos berros, bem jogada aos seus pés mesmo, como diz a letra da canção... Como sempre foi muito lúcida, engajada, consciente e antenada nas novidades, acho que teria se tornado uma espécie de Dama Indigna da nossa canção. Acredito que não perderia a mão, não sairia do tom, não cederia a modismos, enfim, não me decepcionaria, como alguns e algumas tem me decepcionado... Entre as anotações da agenda de Elis estavam algumas canções que ela pretendia gravar no próximo álbum em que já estava trabalhando quando morreu. Uma delas era O Amor, música de Caetano sobre um poema de Maiakovski, gravada por Gal no LP Fantasia. Nada me tira da cabeça que a versão de Elis teria se tornado a definitiva... Eu sou daqueles que ainda espera por uma nova cantora do quilate de Elis Regina. Mas acho que morrerei sem ver isso. Nada do que temos hoje por aqui sequer se aproxima da maior cantora do Brasil. Nem mesmo sua filha Maria Rita, uma pálida sombra do que fora a mãe... Adoro as versões para o francês de Samba da Benção, de Vinícius, Noite dos Mascarados, de Chico, e A Noite do Meu Bem, de Dolores Duran, que ela gravou ao vivo em Paris. Aliás, adoro saber que a Pimentinha a-ba-lou Paris. Uma pena eu não tê-la visto cantar por lá. Por aqui eu tive esse privilégio três vezes: No Canecão do Rio, com o show Saudade do Brasil, no Teatro Leopoldina de Porto Alegre, com Essa Mulher, e no Ginásio do Gigantinho, também na terra natal de Elis, com seu último show Trem Azul... Feliz aniversário, Elis!
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