Nessa recente onda de espetáculos musicais que assola o país nem tudo é truque ou apenas mais do mesmo. Vez por outra um belo espetáculo se destaca. Ou pela beleza, ou pela originalidade do tema, ou pela riqueza da produção de cenários e figurinos ou, até mesmo, pela simplicidade. É o caso de Bibi, Uma Vida em Musical, que acaba de estrear aqui em São Paulo, no Teatro Bradesco, depois de ter cumprido temporada no Rio de Janeiro. O espetáculo narra a trajetória da nossa grande dama do teatro, Bibi Ferreira, desde a infância até a atualidade. Longo, com quase três horas de duração, em nenhum momento se torna chato ou cansativo. É daqueles espetáculos que a gente acompanha a tudo com interesse e com muita, mas muita satisfação. Indo, naturalmente, do riso às lágrimas, que é como a gente gosta... A produção é relativamente simples, se comparada às made in Broadway. Mas vem envolta em muito talento e competência. O texto de Artur Xexéo e Luanna Guimarães é interessante, divertido, emocionante e bem menos didático do que o que ele escreveu para Hebe, o Musical. A direção de Tadeu Aguiar é limpa, clara, minuciosa e precisa. Como já afirmei, há muito talento envolvido. Mas o grande destaque, a cereja do bolo, é a interpretação de Amanda Acosta, que constrói uma Bibi Ferreira para muito além do estereótipo, viva, pulsante, intensa, arrebatadora. Me faltam adjetivos para definir o trabalho dessa jovem atriz e cantora, que é da mais pura excelência. Dá vontade de levar sua Bibi para casa... Tive o privilégio de assistir a essa inesquecível performance em uma noite especial, uma avant-première para convidados, a maioria artistas de teatro. E todos tivemos a sensação de ver nossas vidas ali representadas, como falou Amanda em seu discurso de agradecimento. Um dos melhores personagens da peça, Procópio Ferreira, o pai de Bibi, diz a certa altura da história: Um teatro vazio é muito triste. Dá a impressão de que a vida foi ontem... Lindo. Triste. E muito verdadeiro. Tenho certeza de que todos que ali estavam, assim como eu, já experimentaram a tristeza de um teatro vazio assim como a extrema felicidade de seu oposto, com a plateia lotada... Eu, que assisti à própria Bibi vivendo Joana em Gota d'Água e Piaf no musical de mesmo nome, fiquei bastante emocionado. Amanda, a atriz, desaparece completamente dando lugar a uma Bibi real e grandiosa. O que faz dessa jovem artista uma estrela de primeira grandeza. Sua voz enche o teatro e transborda a alma... Hoje, um dia após ter vivido essa comovente experiência, escrevo com a sensação de que a vida foi de fato ontem. Durante aquelas quase três horas que durou o espetáculo. Todos os envolvidos estão de parabéns. E é absolutamente necessário que se assista...
Na foto, Amanda Acosta como Bibi num dos números de que mais gostei: O teatro de revista.
terça-feira, 8 de maio de 2018
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