A primeira de todas: Desapego. Sempre e cada vez mais. Material e imaterialmente falando: De coisas, pessoas e sentimentos. Arejando espaços e relações... Como uma traça gorda, devoro paulatinamente mais um Murakami: Kafka à Beira Mar. Estou completamente entregue a esse escritor que, mergulhando na escuridão subconsciente de seus personagens, me coloca frente a frente com minhas próprias escuridões... Encerrei em Goiânia a temporada 2015 de Homens Insanos. Citando Paulinho da Viola, que sempre é bom da gente citar, foi um rio que passou em minha vida... Fui às lágrimas mais uma vez com Cida Moreira na pequena Casa de Francisca, ocasião em que ela nos brindou com uma prévia de seu show Soledade que, por ter o nome da minha cidade natal, já faz com que me sinta homenageado. Cida me transportou para as aulas de música que eu tinha no Ginásio Estadual de Soledade com a Dona Flora, quando ela me convidava a tocar piano para a classe. Lembrou os sonhos que eu tinha... Fortes emoções, só que de outras naturezas, me foram provocadas pelo eletrizante Passinho, espetáculo coreografado por meu amigo Rodrigo Vieira junto com Lavínia Bizzotto. O funk carioca posto em cena de maneira inusitada e surpreendente... Baby & Pepeu voltaram a tocar juntos no Rock in Rio matando saudades, levando a galera à loucura e provando a todos que estão amarrados em nome de Jesus... E por último, mas não menos importante: Phedra por Phedra. Um petit cabaret da atriz/cantora/dançarina trans-cubana Phedra de Córdoba, no Espaço Parlapatões. Do alto dos seus setenta e sete anos, Phedra, digníssima, fez o show para as quatro pessoas que formavam a plateia. Qua-tro. Cheia de borogodó ela cantou, tocou castanholas e contou passagens de sua vida. Encerrou dizendo-se exausta, sem voz e sem fôlego. Mas que, mesmo assim, não podia deixar de se apresentar. E, com a humildade dos grandes artistas, pediu a cada um dos quatro presentes que voltassem trazendo mais gente. The show must go on. Viva Phedra! E fala-se em crise de público nos teatros... Que mais? Ah, não vamos brigar com os amigos por causa de política, né? Nenhum político de partido algum merece que amizades sejam desfeitas em sua defesa... E vamos em frente que amanhã outubro estará aí. Tchau, mês de setembro. Citando Vanusa nas suas antigas manhãs desse mês: Fui eu que consegui ficar e ir embora...
Na foto, o palco vazio dos Sátiros aguarda a entrada de Phedra de Córdoba.
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
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Lindo texto,caro Roberto, deixar ir....palavra chave...mas lembrando do essencial...
ResponderExcluirTua fã
Neuza Murat
Bob, lindo texto. Sua fã tem razão: "deixar ir... palavra chave", mas sem perder o essencial, preservar o essencial é meu lema do momento.
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