Adoro o termo. Mas, ainda mais do que o termo, o fenômeno em si. Pelo menos eu considero um fenômeno um homem se transformar em mulher só no truque e nos efeitos e voltar a ser homem logo em seguida. Tenho uma amiga drag queen: a Leia Bastos. Quando não está drag, a Leia vira Alexandre. E os dois são completamente diferentes. Parecem duas pessoas. Adoro quando o Alexandre chega na minha casa e se anuncia ao porteiro como Leia. E o porteiro interfona dizendo: É o seu Leia. Ou quando ele chega de Leia, já montada, causando. Ou, ainda, quando chega de Alexandre, se monta na minha casa e vai embora de Leia. Sempre divertido e inusitado. Ou divertida e inusitada. Somos amigos há tanto tempo que ninguém mais estranha... Quando me mudei para São Paulo, em 1996, as drags estavam em alta. Bombavam, causavam, fechavam! Logo fiquei amigo de quase todas. Tinha a Alma Smith, para mim a mais folclórica. Nordestina de sotaque pronunciado, Alma era forte, bombada mesmo, e vendia papelotes de cocaína que guardava nos peitos. Quando chegava nos lugares já ia logo disparando seus bordões: Quem for gay que me olhe! E, com a mão no peito: Quantos? Impagável. Bombava também o trio Natasha Rasha, Cintia Gregory e Simplesmente Nenê, autoras do hit Não Sei Dublar, uma subversão de Unbreak My Heart, de Toni Braxton. Tinha também a já então diva Silvetty Montilla, mais Paulete Pink, Jimmy Kear, Léo Akila e tantas outras. Todas rainhas. Rainhas da noite. Luxo, babado e confusão. Foram título e tema de música de Rita Lee e Antonio Bivar. Eu já me montei duas vezes, na Banda do Redondo, um bloco de rua que sai na semana do Carnaval aqui em São Paulo. (Fiquei horrorosa, a cara da Tereza Raquel). Hoje elas estão super profissionais, participam de reality-shows, do concurso da Ru Paul, viajam o mundo com suas performances e etc. Mas eu gosto mesmo é das nossas.E tenho saudades de quando elas desciam a Rua da Consolação sobre o capô dos carros, enlouquecendo os tradicionais moradores dos Jardins...
Na foto, meu amigo Leia fazendo a bonita.
sábado, 5 de setembro de 2015
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MARAVILHOSAS ! ! !
ResponderExcluirMARAVILHOSAS ! ! !
ResponderExcluirMARAVILHOSAS ! ! !
ResponderExcluirLi seu post e voltei no tempo. Gargalhei aqui em casa só de lembrar que o capô do meu carro já foi palco numa dessas noites.
ResponderExcluirQue delicia de época...
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