Domingo à noite, saindo do teatro, passei em frente a uma dessas igrejas evangélicas e escutei o pastor dizendo: "Vocês acham que pecado é uma palavra fora de moda? Se não fosse o pecado as pessoas estariam se perdendo na prostituição, no vício e no homossexualismo". Fiquei chocado. Não apenas pela ignorância e pelo preconceito mas também, e acho que principalmente, pelo uso inadequado do sufixo "ismo". Perdoai-o, Pai, ele não sabe o que diz. Quase gritei para dentro do salão: Homossexualidade! Homossexualidade!! Homossexualidadeeee!!! Depois lembrei o que o cara que cortava meu cabelo falou, no seu salãozinho da Liberdade, bem lá pra baixo, quase Cambuci, enquanto me fazia a coiffure: Disse que estava devendo sete mil reais no banco e, depois que entrou para a igreja e começou a pagar o dízimo, não apenas conseguiu saldar a dívida, como estava bem melhor de vida, graças a Jesus. Tudo isso me fez pensar na matemática moderna e seus conjuntos. As pessoas andam colocando as coisas em conjuntos aos quais elas não pertencem! Lembrei da Vila Sésamo: Uma dessas coisas não é igual às outras. O que Jesus tem a ver com as dívidas bancárias e a renda das pessoas? Uma com certeza é diferente, basta olhar. O que orientação sexual tem a ver com vício e prostituição? Quero ver agora quem percebe a diferença. E me diga antes que eu acabe de cantar... A peça a que assisti está em cartaz no Sesc Vila Mariana, chama-se Puzzle D e também tratou e me fez pensar sobre esses e outros assuntos. E agora que reuni as peças desse quebra-cabeças aqui no post estou achando que sou um pecador veado bêbado que precisa urgentemente se prostituir. Para que o conjunto fique completo.
Na foto, os atores de Puzzle D recebem o publico em cena no Sesc Vila Mariana.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
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