Estou assando um lombinho de porco para comer logo mais, à noite, com alguns amigos que vem passar o Ano Novo conosco. Também estou cozinhando lentilhas. Logo cedo fui à padaria e vi vários corredores da São Silvestre, com seus uniformes, se preparando para a corrida. Meu gato resolveu dormir dentro do armário. Deixei. É um direito que ele tem, ninguém é obrigado a sair do armário se não quiser. Uma certa melancolia me invade. Não quero lembrar aqui das coisas ruins desse ano que finda. E não foram poucas, sabemos, em quase todas as áreas. Da política ao entretenimento, da civilização a mais completa barbárie. Prefiro me concentrar em tudo o que aconteceu de bom e firmar meu pensamento na esperança de coisas melhores para o Ano Novo. 2015, ano ímpar. Que seja ímpar também em possibilidades, em crescimento, aprendizado, realizações, descobertas e prosperidade. Convoco todos a dar adeus não apenas ao ano velho, mas a tudo o que é velho e não nos serve mais. Principalmente às velhas ideias. Saudemos o novo, o fresco, o jovem, o avanço do pensamento e das ações. E, para encerrar citando o querido e saudoso Caio Fernando Abreu, "que seja doce"... Feliz Ano Novo a todos!
Na foto, a belíssima Tonia Carrero brinda ao que está por vir.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
domingo, 28 de dezembro de 2014
AGENDAS
Um dos presentes que ganhei de Natal foi uma agenda para 2015. Essa foi a primeira vez que ganhei uma agenda antes do ano novo começar. Isso me fez pensar sobre minhas agendas...
Guardo todas. Minha vida catalogada. Fonte de pesquisa que sempre me soluciona dúvidas, mistérios e falhas da memória. Dia desses, nos meus ataques de desapego, me desfiz de uma década inteira delas: de 1986 a 1995. Não sem dor e, muito menos, sem revisá-las detalhadamente. Cada capa, contracapa, citação, rabisco, colagem... Exceção feita somente à de 1991, ano que morei em Paris e por isso está guardada juntamente com as de 1996 em diante. Já conto quase vinte anos de agendas comigo. Outra curiosidade: Colo nas agendas os ingressos de todos os espetáculos de teatro, shows, cinema, exposições e visitas a museus e parques. Tudo coladinho no dia em que lá estive. Todas as viagens que fiz, minhas partidas e chegadas. As visitas que amigos me fizeram, quando chegaram e quando partiram. Gosto da sensação de ter um certo controle sobre o que vivi no passado. É como se pudesse voltar no tempo, reviver o que foi bom e deixou saudades. Às vezes, do nada, sinto uma necessidade urgente de saber o que eu estava fazendo no dia de hoje há dois anos. Vou lá nas agendas e pimba! Fui ao cinema assistir a um inesquecível filme que mudou minha vida. Ou nada. Encontro simplesmente uma página em branco. É claro que, nesse caso, olha um pouco mais para trás e um pouco mais para a frente. Só para checar em que pé andava a minha vidinha... Agora, por exemplo, resolvi checar o que fiz no ano passado nesse dia. Estava em Cananéia, litoral sul de São Paulo, onde logo pela manhã peguei a balsa para passar o dia na Ilha Comprida. Muito bom reviver aqueles dias. Ainda que seja apenas na memória...
Na foto, a cidade de Cananéia vista da balsa.
Guardo todas. Minha vida catalogada. Fonte de pesquisa que sempre me soluciona dúvidas, mistérios e falhas da memória. Dia desses, nos meus ataques de desapego, me desfiz de uma década inteira delas: de 1986 a 1995. Não sem dor e, muito menos, sem revisá-las detalhadamente. Cada capa, contracapa, citação, rabisco, colagem... Exceção feita somente à de 1991, ano que morei em Paris e por isso está guardada juntamente com as de 1996 em diante. Já conto quase vinte anos de agendas comigo. Outra curiosidade: Colo nas agendas os ingressos de todos os espetáculos de teatro, shows, cinema, exposições e visitas a museus e parques. Tudo coladinho no dia em que lá estive. Todas as viagens que fiz, minhas partidas e chegadas. As visitas que amigos me fizeram, quando chegaram e quando partiram. Gosto da sensação de ter um certo controle sobre o que vivi no passado. É como se pudesse voltar no tempo, reviver o que foi bom e deixou saudades. Às vezes, do nada, sinto uma necessidade urgente de saber o que eu estava fazendo no dia de hoje há dois anos. Vou lá nas agendas e pimba! Fui ao cinema assistir a um inesquecível filme que mudou minha vida. Ou nada. Encontro simplesmente uma página em branco. É claro que, nesse caso, olha um pouco mais para trás e um pouco mais para a frente. Só para checar em que pé andava a minha vidinha... Agora, por exemplo, resolvi checar o que fiz no ano passado nesse dia. Estava em Cananéia, litoral sul de São Paulo, onde logo pela manhã peguei a balsa para passar o dia na Ilha Comprida. Muito bom reviver aqueles dias. Ainda que seja apenas na memória...
Na foto, a cidade de Cananéia vista da balsa.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
ADIÓS TERÇA INSANA
Agora é pra valer: Nesse fim de semana apresentamos a Terça Insana em São Paulo pela última vez. Grace, sua criadora, promete voltar em formatos e títulos diferentes. Mas para mim, que estive a seu lado desde o primeiro show no ano de 2001 e lá permaneci por oito anos consecutivos, foi a despedida de fato. Acho que esgotei minhas possibilidades no formato. Eu sei que parece burrice parar de fazer algo que está rendendo tanto dinheiro a tantos atores. Mas, para mim, o legal era fazer quando quase ninguém fazia e representávamos uma novidade no cenário do humor nacional. Agora o formato se banalizou. E eu já quase não acho mais graça no humor. Pelo menos em fazer esse tipo de humor. Foi muito emocionante reencontrar antigos colegas no palco e na plateia. Rever e revisitar antigos personagens. A Terça Insana representou para mim, além do enorme sucesso, uma verdadeira escola. Eu aprendi a fazer algo que não sabia, ou não sabia que sabia. Graças à insistência e à generosidade de Grace Gianoukas. Ela soube me conduzir do tímido apresentador que eu era nas primeiras apresentações ao versátil comediante em que me transformei. Modéstia, evidentemente, à parte. Muito bom assistir da coxia Luis Miranda dando um show de interpretação com sua impagável Sheila. Marco Luque, verdadeiro one man show, fazendo tudo o que sabe - e não é pouco - em seu Silas Simplesmente. Arthur Kohl, Renato Caldas, Agnes Zuliani, Mila Ribeiro, Guilherme Uzeda e Leia Bastos, a personificação da mascote Insanete, desfilaram seus tipos nas três noites do Teatro Bradesco. E, claro, Grace Gianoukas, a insana mor, que dividiu-se em três: Aline Dorel, Preguiça e Cinderela. Quem viu, viu. Quem mão viu não vai ver mais.
Na foto, elenco e equipe técnica recebem chuva de pétalas ao final do espetáculo de domingo.
Na foto, elenco e equipe técnica recebem chuva de pétalas ao final do espetáculo de domingo.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
BODAS DE FERRO
Hoje meu blog completa cinco anos! São as nossas bodas de ferro. Na verdade cinco anos são bodas de madeira ou ferro. Escolhi ferro porque é mais resistente e, claro, para poder homenagear a Dama de Ferro de Paris, la Tour Eiffel. Adoro a relação que tenho com meu blog, por isso chamo seus aniversários de bodas, pois é como se fôssemos casados. E o melhor é que nosso convívio perdura e se renova através dos anos. Apesar de não ter se tornado um sucesso da internet, não ter bombado - para usar um termo mais adequado ao veículo - meu blog me enche de satisfação e mais, me mantém vivo, conectado, atento ao meu redor. Ainda que modestamente, o número de seguidores vem crescendo ao longo desses cinco anos e já conto com cento e noventa leitores cadastrados e mais de setenta mil visualizações. Confesso que em vários momentos tive medo de desistir, de não ter assunto ou inspiração. Mas, graças a Deus, quando um me faltou a outra me deu suporte para seguir e vice-versa. Sim, porque sem inspiração para escrever, só tendo muito assunto. E, quando não se tem assunto, a inspiração inventa um e tudo bem. O ideal é quando tenho os dois. Aí o texto flui que é uma beleza. Na minha cabeça o blog funciona mais ou menos como uma coluna semanal que eu assinasse em uma publicação qualquer. Só não é impresso nem assalariado. Mas, quem sabe um dia? O fato é que estou muito feliz com a longevidade do meu veículo de informação e desejo que ele permaneça por muitos anos me inspirando e me ajudando a ser uma pessoa mais feliz. Longa vida ao blog!
Na foto, minha selfie "Tour Dans la Tête". Muito antes de a selfie ter sido inventada.
Na foto, minha selfie "Tour Dans la Tête". Muito antes de a selfie ter sido inventada.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
ADIÓS AMIGOS
Esse é o título da turnê de encerramento da Terça Insana que me trouxe a Porto Alegre para duas apresentações lotadas no Teatro Bourbon Country. Meus companheiros de palco deram seu adiós à capital gaúcha no dia seguinte ao último espetáculo e eu permaneci por mais uns dias para matar saudades. Emocionante encerrar minha participação nesse projeto que ajudei a fundar e que, de tão pequeno e despretensioso que era no início, nunca pensei que pudesse tomar as proporções que com o tempo tomou. Ainda participarei de mais três apresentações em São Paulo, no próximo fim de semana, e aí sim, adiós amigos de fato. E o mais bacana de ter vindo encerrar a turnê aqui em Porto Alegre, além do adiós, é justamente também poder dizer olá a amigos que há muito não via. Desfruto meus poucos dias na cidade apreciando-a em seus mínimos detalhes. Revejo ruas e prédios do bairro onde morei, o velho Bom Fim. O Parque da Redenção e seus recantos outrora belos e hoje um tanto abandonados e decadentes. A Avenida Beira-Rio, toda refeita e ainda mais bela. A Zona Sul, o Rio Guaíba. Dei uma rápida passada em um interessante bazar, o Brechó do Desapego, na pista do velho e bom Bar Ocidente. No fim de semana, após o espetáculo, aproveitei para ver minha amiga Valéria Houston cantar no Venezianos Bar & Pub. Um grande talento em um pequeno e mal iluminado espaço. Valéria está pronta para plateias bem maiores. Espero poder revê-la na quarta-feira no foyer do Theatro São Pedro, onde se apresentará ao meio dia e meia. Ontem à noite tentei assistir ao concerto da OSPA com a participação de Maria Rita, mas fiquei só ouvindo, de longe, tal a aglomeração de pessoas no Parcão. Mas sentamos em uma simpática pizzaria de onde pudemos apreciar a queima de fogos. Amanhã à noite ainda terá mais, vou ao Theatro São Pedro para ver Elza Soares cantar Lupicínio Rodrigues. Como dá para perceber, minha pequena temporada gaúcha está sendo bastante proveitosa. Já, já conto mais.
Nas fotos, elenco e plateia lotada de Adiós Amigos e o velho e belo chafariz da Redenção.
Nas fotos, elenco e plateia lotada de Adiós Amigos e o velho e belo chafariz da Redenção.
domingo, 7 de dezembro de 2014
ZAZ 2014
Que bom que 2014 está terminando. Esse ano eu não fui a Paris e não gosto muito de anos em que não vou visitar minha cidade preferida. Mas é justamente sobre Paris a melhor novidade que o ano que se encerra me trouxe: O novo álbum da cantora Zaz inteiramente dedicado à Ville Lumière. O título do disco é Paris e a cidade aparece em todas as canções gravadas. Exala Paris não apenas nas letras, mas também nos ritmos e sonoridades. Isso sem falar, é claro, no timbre da cantora que lembra muito o de Piaf. É um grande prazer, para mim, escutar essa preciosidade. Mas também não deixa de ser uma certa tortura, tal o grau a que sua audição eleva minha abstinência de Paris... Brincadeira. Eu adoro absolutamente tudo que me lembre ou me transporte até Paris, suas ruas, telhados, odores, sonoridades, estações de metro, escadarias, pontes, museus, teatros, bistrôs, monumentos, parques e jardins. Enfim: Tudo o que me traga a sua atmosfera. E isso, o novo álbum de Zaz faz com maestria. Que bom que vivi para apreciá-lo. Que bom que Zaz surgiu como um vento de frescor e renovação na canção contemporânea. Que bom que 2014 está acabando e em 2015 irei rever minha amada Paris.
Na foto, a capa do novo CD de Zaz.
Na foto, a capa do novo CD de Zaz.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
DEZEMBRO
O mês de dezembro chegou! Com a sua chegada, lá se vai mais um ano. E, junto com ele, nos tornamos ainda mais velhos, vividos e experientes. Comecei esse último mês do ano, exatamente no dia primeiro, filmando minha participação em Mãe Só Há Uma, o novo longa de Anna Muylaert. Essa foi minha segunda participação em um filme da cineasta, a primeira tendo sido em janeiro desse mesmo ano, quando filmei Que Horas Ela Volta. E o segundo Anna Muylaert a gente nunca esquece. Tive uma participação bem pequena, como o maitre da pizzaria onde a família do protagonista vai jantar. Mas só eu sei o trabalho que tive para equilibrar a bandeja cheia de copos e bebidas, servindo incontáveis vezes noite adentro... No dia 2 tive o prazer de ser convidado para assistir ao pocket show de Rodrigo Vellozo em um estudio onde estava sendo gravado o seu primeiro DVD, para uma seleta plateia de amigos e familiares. Muito já falei aqui no blog desse jovem cantor, pianista e compositor de quem sou fã declarado e só posso dizer que ele está cada vez melhor. E me emociona logo de cara, quando abre o show lendo um texto de Caio Fernando Abreu... Outra coisa boa que dezembro me trouxe foi Mundo Adentro, Vida Afora, a autobiografia da maternidade aos trinta, de Antonio Bivar, escritor de quem já muito falei por aqui e do qual sou seguidor adicto. Estava esperando faz tempo pelo lançamento desse livro que, já nas primeiras páginas, me encantou. Estou lendo petit à petit, para prolongar o prazer de descobri-lo... No mais, a temperatura está amena, os dias em São Paulo tem estado lindos, com entardeceres e amanheceres fantásticos e lindas noites enluaradas. E dezembro está só começando.
Na foto, o pequeno notável Rodrigo Vellozo em ação e o novo livro de Bivar.
Na foto, o pequeno notável Rodrigo Vellozo em ação e o novo livro de Bivar.
Assinar:
Postagens (Atom)