Assim como aconteceu com Coco Chanel, a enxurrada de cinebiografias da vez recai sobre o estilista fancês Yves Saint Laurent. Depois do excelente documentário L'Amour Fou, de 2010, e de Yves Saint Laurent, de janeiro de 2014, chega agora aos cinemas Saint Laurent, a versão não-autorizada da vida do criador do smooking feminino e do vestido Mondrian. Não sei nada de moda nem sou crítico de cinema. O que me encanta nos três filmes é o personagem em si. Confesso que, dos três, o que mais me emocionou foi o documentário de Pierre Thoretton, L'Amour Fou. Achei também o mais completo, que mostra mais da vida louca e criativa desse gênio da alta costura, sua incessante busca pela renovação, pela estética, pelo prazer, pelo amor, fama, sucesso, drogas, amizades, bofes, obras de arte e o próprio sentido de ser quem ele era em meio ao turbilhão que provocava com suas criações e ousadia. Já em Yves Saint Laurent, de Jalil Lespert, o que me marcou foram as interpretações do jovem Pierre Niney, como o personagem título, e de Guillaume Gallienne, como o companheiro e sócio Pierre Bergé, ambos integrantes da Comédie- Française. O que, a meu ver, já seria garantia de qualidade. Mas Pierre Niney, além do enorme talento, encanta pela sensibilidade e doçura com que compõe o personagem, quase um patinho feio que ao longo da história desabrocha em fabuloso cisne. Por fim, Saint Laurent, de Bertrand Bonello, o que menos gostei dos três: É bem bacana também, mas tem trechos longos e didáticos que chegam a ficar chatos. Sem falar que mais para o final o roteiro dá uma boa surtada e fica misturando diferentes épocas da vida do estilista e, do nada, introduz um Saint Laurent já velho, interpretado por Helmut Berger, que é tão diferente do jovem Saint Laurent de Gaspard Ulliel, que cheguei a pensar que se tratasse de Pierre Bergé já viúvo. Mas o filme tem muita coisa boa, como o talento e as belezas do protagonista Gaspard Ulliel e de Louis Garrel, que interpreta Jacques de Bascher, outra grande paixão de Yves. Traz curiosidades, como a correspondência de Saint Laurent com Andy Warhol. E traz também mais ousadias, como a cena de nu frontal que revela outros dotes do talentoso ator principal... Eu sempre sou muito tocado pela vida dessas pessoas geniais, loucas e criativas. E, invariavelmente, saio do cinema doido para entrar em uma boate, cheirar cocaína, fumar, tomar pílulas e beber champagne até cair. Só que não...
Na foto, Yves em si ladeado por seus intérpretes: À esquerda, Pierre Niney e, à direita, Gaspard Ulliel.
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
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