segunda-feira, 16 de junho de 2014
PENSAMENTOS NA PAULISTA
Sempre que ando na Avenida Paulista fico pensando na diversidade humana que por ali transita. E o que me parece mais incrível é a convivência concomitante de tipos às vezes tão díspares. Executivos ultra-alinhados cruzam com hippies que, sentados na calçada, confeccionam o seu artesanato em couro, conchas e durepox. Aliás, os hippies se perpetuam de maneira quase inacreditável em meio ao avanço tecnológico das grandes metrópoles. E com toda a velocidade da informação eles continuam curtindo numa boa o barato de ser e estar. Por seu lado os executivos, que passam sem ao menos percebê-los, ocupados que estão em não perder as oscilações da bolsa de valores e as últimas cotações do dólar e do euro, seguem em seus bem cortados ternos pretos, retos, de três- botões-com- o- de- baixo- aberto, seus sapatos e óculos também pretos, portando as suas pastas pretas, seus laptops & tablets de última geração e seus celulares que fotografam, gravam, filmam, enviam e-mails e fazem contactos imediatos de terceiro grau. Será que os hippies achariam graça nessas engenhocas modernas, digo, gadjets? E os executivos, apreciariam adquirir uma carranca de durepox? Acho que a convivência concomitante a que me referi no início não chegaria a tanto... Obviamente a fauna urbana da Paulista não se restringe aos tipos acima citados. Tem também os office-boys, os músicos, performers, as estátuas vivas, os camelôs, a polícia montada, as bichas montadas, os ciclistas, o pessoal do green peace, as crianças pedindo, os manifestantes, os black blocs e, claro, o cover do Elvis Presley, meu preferido desde sempre. Mais recentemente, juntaram-se à fauna local os torcedores estrangeiros que vieram para a copa. Isso sem falar nas profissões, cada vez mais diversificadas e com nomes estrangeiros: São personal trainers, hair designers, personal stylists, personal organizers… As putas continuam sendo putas, confirmando a tese de que trabalham na mais antiga das profissões. Estão concentradas do lado de lá da Rua Augusta, o lado do centro, onde costumam provocar, nos sábados à noite, engarrafamentos de mais de quarenta saunas mistas de extensão. Mas voltando à mais paulista das avenidas, ela segue em frente com sua fauna exuberante, sempre disposta a receber gente das mais diversas tribos e etnias. Quer dizer, segue em frente dependendo do trânsito! Tem dias que não segue de jeito nenhum... Nas fotos, três momentos da Paulista extraídos do meu instagram.
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