FELICIDADES
Sabe quando o dia está sombrio e úmido e o céu, coberto de cinza, não sugere nada além de uma possível tempestade e, de repente, se abre um buraco no meio das nuvens e o sol invade o dia iluminando tudo, banhando plantas e flores de luz dourada, os pássaros voam rápidos e melodiosos, cantando o prenúncio de uma boa nova no ar? Isso é um pequeno instante de felicidade. E pode acontecer no meio de uma crise existencial, de uma desilusão amorosa, de uma pinimba financeira ou de mais felicidade ainda. Ou quando o seu saldo bancário beira insistentemente o negativo e você está cheio de planos que envolvem despesas como comprar roupas novas, livros, CDs, viajar, passar o carnaval na Bahia ou, sei lá, fazer aquele curso de enologia imperdível com o somelier do momento e, do nada, alguém deposita na sua conta um dinheiro extra que você nem lembrava mais que estava há um tempão para receber? Trata-se de um outro instante de felicidade possível. De natureza diametralmente oposta ao anterior, mas igualmente feliz. E quando sua gata dá à luz cinco gatinhos? E quando aquela orquídea linda que você ganhou do seu melhor amigo, depois de meses, resolve florir outra vez? E, falando em amigo, quando aquele amigo queridíssimo que mora longe e que você não vê há um tempão resolve aparecer e vocês bebem juntos aquele chardonnay que esperava geladinho por esta oportunidade? Outro pequeno instante de felicidade possível. Quando a gente para pra pensar e, lembrando desses momentos todos, faz a soma e chega à conclusão de que somos felizes, voilà: Outro pequeno momento de felicidade possível... Peço desculpas aos céticos, aos pessimistas e, até mesmo, aos realistas. Mas eu, definitivamente, vim ao mundo para ser feliz. E, como já bem cantou Cazuza, porta- voz da minha geração: "As possibilidades de felicidade são egoístas, meu amor".
Na foto, um pequeno instante de felicidade em frente ao Sesc Belenzinho, aqui em SP.
Para uma realista textos otimistas são alentos.
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