domingo, 14 de abril de 2024

O CIRCO CHEGOU

Essa semana que passou fui assistir ao espetáculo Cabaré Coragem, do Grupo Galpão, no Sesc Belenzinho. Era uma quinta-feira à noite, eu estava cansado dos ensaios da semana, essa unidade do Sesc é longe pra caramba, andei, peguei metrô, fiz baldeação na República, andei mais e finalmente cheguei. O importante aqui é que: Valeu a pena! Assim que o espetáculo começa, ou antes mesmo dele começar, a gente é levada a entrar no clima pelos atores que já circulam, oferecem bebidas, se comunicam com a plateia. A música é constante e super envolvente, descontrai, faz rir, não tem como não se entregar para a proposta. Que deleite esse espetáculo! Cida Moreira, que participou do processo de criação, já havia me antecipado que era o máximo. Pois é: Emociona, encanta, transporta para lugares recônditos da memória e, sobretudo, diverte. Uma troupe afinada e talentosíssima se reveza em textos, canções e instrumentos. Eu, que nasci e cresci no interior do Rio Grande do Sul, tive a sensação de que o circo havia chegado à minha pequena cidade. Ou que o velho teatro de lata estava outra vez em cartaz. Ou ainda que o meu teatrinho de garagem tinha voltado a cartaz... Eles sempre chegavam trazendo esse encantamento, essas surpresas, alegrias e emoções. E tudo o que eu via, assim que chegava em casa tentava reproduzir... Nunca esqueço de uma vez que vi passar um elefante em frente à minha casa, em Soledade, anunciando a chegada de um circo... Cabaré Coragem vai de Brecht e Weill a Calcinha Preta e Valeska Popozuda. Passando por Boris Vian, Rita Lee e Caetano Veloso. Inês Peixoto é a mestre de cerimônias, que conduz com maestria e versatilidade o show de variedades que a troupe apresenta, cantando, dançando e interpretando com talento que enche os olhos e a alma. Teuda Bara, a decana da toupe, personifica a propriétaire que, do alto da sua sabedoria e experiência, procura espremer o que pode de seus sonhadores artistas. Poético, singelo e pungente. Tão bom, mas tão bom quando um espetáculo de teatro consegue fazer isso com a gente. Comigo, pelo menos. Assisto a tantas coisas (cada vez menos) que deixam tanto a desejar. Já andava sedento dessa comunhão, dessa catarse. Todos os outros atores, Antonio Edson, Eduardo Moreira, Lydia del Picchia, Simone Odornes e Luiz Rocha tem seus momentos, encantam, surpreendem, realizam façanhas e arrancam aplausos sem ter fim. Fui às lágrimas com Teuda Bara cantando Mamãe Coragem, de Caetano, gravada por Gal. E também com a canção Perigosa, de Rita Lee, sucesso das Frenéticas, grupo do qual fazia parte minha saudosa amiga Lidoka. Que noite inesquecível de quinta-feira! Com direito a vinho, conhaque e cachacinhas... Longa vida ao cabaré do Grupo Galpão! Nas fotos, Teuda Bara, Inês Peixoto, Eduardo Moreira, Antonio Edson e a troupe toda agradecendo os merecidos aplausos.

2 comentários:

  1. Que boa quinta-feira, em vários sentidos. Assisti esse espetáculo ano passado aqui em Salvador no Teatro Vila Velha e adorei. Você dançou na pista durante o intervalo?

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    1. Sim, Odilon! Dancei, bebi, tirei foto com a Teuda Bara...fervi! Rsrsrs

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