terça-feira, 29 de agosto de 2023

AGOSTO DUMP

Calma, mês de agosto! Não vá embora ainda que só postei uma vez aqui no blog esse mês! Então vamos lá: Passou voando, sim! O mês e também o primeiro semestre do ano, que de agora em diante voará direto para o Natal rsrsrs. Nem cheguei a comentar aqui tudo o que assisti, li, descobri ou fiz nesse malfadado mês. Confesso andar com preguiça. Muita. Não apenas de escrever, mas de praticamente tu-do. As redes, as pessoas, os lugares, as "trends"... Fui, pela primeira vez, assistir a um show do cantor Zé Ibarra, de quem sou fã há tempos e ainda não tinha visto ao vivo. Um primor. Ele arrasa! Canta e toca lindamente as suas próprias composições e também sucessos de outros artistas. A cereja do bolo é ele cantando Gal no tom antigo da Gal, agudíssimo e hiperafinado. Só ao violão ou acompanhado da banda ele preenche o palco e encanta não só pela música mas, também, pela beleza. Ô menino bonito! O show foi na Casa Natura Musical, que também não conhecia e adorei. E, por falar em menino bonito, Rodrigo Simas também dá show de beleza e talento em Prazer, Hamlet, de Ciro Barcelos, o eterno Dzi Croquette. Deixando claro que nudez em cena, no teatro, definitivamente, é pra quem pode... E o que dizer da fofurice explícita da segunda temporada de Heartstopper, no Netflix? Com Nick e Charlie desfilando seu amor adolescente pelas ruas de Paris? Mata o velho aqui de inveja & saudosismo... Teve a São Paulo Companhia de Dança no Teatro São Pedro com a belíssima trilha sonora executada ao vivo pela orquestra do teatro. Ao som de Villa-Lobos, as telas de Di Cavalcanti ganharam vida na criação de Mirian Druve. Sem falar que é sempre um prazer ver o bailarino Yoshi Suzuki sur la scène. Outro menino bonito, diga-se de passagem... É claro que não teve só belezas & fofuras no mês de agosto todo. Teve tristezas, feiuras e até algumas vergonhas. Frustrações, também, que a vida não é um perfil do Instagram. Perdemos grandes artistas, como Aracy Balabanian e Léa Garcia, para citar apenas duas. Mas deixa a tristeza pra lá. Vamos falar de coisa boa? Teve a visita do queridíssimo Édson Cordeiro, que veio da Alemanha para cantar e encantar em Salvador, na Concha Acústica, acompanhado da Orquestra Sinfônica da Bahia e, na volta, passou por aqui. E, para terminar o mês com chave de ouro, hoje dia 29, é o aniversário do meu mestre, diretor e amigo amado Luís Artur Nunes! Viva Luís Artur! E deixa eu parar por aqui por que, com tanto menino bonito, já "me sinto enfeitiçada, correndo perigo", para citar Rita Lee... Bom fim de agosto a todos! Nas fotos, Zé Ibarra e seu violão, Rodrigo Simas e seu corpão e a SP Cia de Dança no palco do São Pedro. Aplausos, por favor!

sábado, 12 de agosto de 2023

RETORNO A "A HERANÇA"

Ontem fui ao teatro pela segunda vez para assistir ao mesmo espetáculo. Na verdade, a segunda parte de A Herança, peça de Matthew Lopez em cartaz no Teatro Raul Cortez. Foi o meu "retorno a Howards End", para citar a obra inspiradora dessa bela história. Eu, que saio cada vez menos de casa; que nunca assisto a nada que dure mais de duas horas. Me surpreendi preso a essa complexa e intrigante narrativa de quase sete horas de duração. E ao final da primeira parte já estava louco de vontade de voltar para assistir à segunda... Assim como eu, a plateia toda parece estar mergulhada na história do jovem Eric, interpretado com graça, talento e carisma por Bruno Fagundes, que é também produtor da peça. Fiquei pensando que os intermináveis meses de confinamento que vivemos com a pandemia da covid talvez tenham alterado a nossa percepção da passagem do tempo. Exercitamos à exaustão a contagem das horas, dias e meses. E o que antes parecia longo agora flui de maneira prazerosa. Poderia começar com isso. Também poderia começar dizendo que uma boa história, quando é bem contada, prende a atenção do interlocutor do início ao fim. Uma herança é algo que é doado após a morte de alguém. "O patrimônio, incluindo bens, direitos e dívidas, deixado por alguém em razão de seu falecimento". É disso, em suma, que a peça trata: Da casa que Eric recebe de herança de Walter. Casa que, durante os anos oitenta, abrigou muitos jovens vítimas da Aids. Mas também trata do legado que uma geração de homens gays deixa para a outra. As leituras são vastas e plurais. A gente ri, se emociona e se encanta. É muito tocante lembrar de todos os amigos que perdemos para a Aids. Há shows de interpretação como o monólogo de Marco Antônio Pâmio na primeira parte e a sua imitação dos arroubos dramáticos do personagem de Rafael Primot na segunda. (Não me contive e puxei os merecidos aplausos em cena aberta). Há o talento e juventude de André Torquato, que se desdobra em dois personagens completamente diferentes um do outro em belo exercício de composição. Há também a participação luxuosa de Mirian Mehler que, quase no fim do espetáculo, entra e dá um show. Há a direção sensível e clara de Zé Henrique de Paula. Há um Reynaldo Gianechinni surpreendentemente maduro e belo em cena. Eu nunca o havia visto atuar sur la scène. Há tanta coisa boa que só assistindo. Esse post tem o intuito de recomendar o espetáculo. Depois dos aplausos, Bruno pede que cada pessoa da plateia recomende para outras cinco. É o que estou fazendo aqui. Em agradecimento a esse belíssimo espetáculo a que assisti convido quem me lê a assistir também. Que bom que voltamos a fazer teatro. Que bom que as pessoas voltaram a ir ao teatro. E, last but not least, que bom que Bruno Fagundes herdou dos pais o talento e o amor pelo teatro. Esse espetáculo evidencia que, mesmo ainda tão jovem, Bruno já é um homem de teatro. E que isso fique de herança para as gerações futuras! Corre que ainda dá tempo: A peça fica em cartaz aqui em São Paulo até o dia 03 de setembro e depois vai para o Rio de Janeiro, em curta temporada no Teatro Clara Nunes. Na foto, Bruno Fagundes e Reynaldo Gianechinni para a divulgação do espetáculo.