sexta-feira, 6 de março de 2015

TÓPICOS URBANOS


-O mês de março chegou de mansinho, como se o ano não tivesse acabado de começar. E me pegou urbano, urbaníssimo, urbanérrimo, mais inserido do que nunca no contexto da grande metrópole. Nada de praiazinhas desertas ou montanhas ou campos verdes a perder de vista. Pelo contrário: Muito concreto, muito prédio, muito trânsito e muito barulho. No meio disso tudo, a vida gritando nos cantos... (Para citar Caio Fernando Abreu, que amo).

-Perguntei ao rapaz que trabalha no caixa do Mini Extra da Rua Augusta a origem do nome dele, legivelmente exposto no crachá que portava. Me contou que sua mãe queria chamá-lo de Kleber. Ocorre que seu primo nasceu antes e titia resolveu batizá-lo com esse nome. Então, para que os primos não ficassem com nomes iguais, a mãe decidiu chamar-lhe de Klébio. Pano rápido.

-CPF na nota? Não, obrigado.

-Já na rua paralela, Haddock Lobo, escuto um senhor elegantemente vestido que brada em alto e bom som ao celular: Diz pra ela não bater o telefone na cara das pessoas, só isso! Diz pra ela ter educação! Aliás, diz pra ela não me ligar nunca mais, por que se ela me ligar eu não vou atender. Pra ela aprender a ter educação. Então tá.

-Dizer que São Paulo é uma cidade feia é um clichê tão desgastado quanto dizer que o Rio de Janeiro é uma cidade maravilhosa. Nem só o obviamente bonito é belo. Há muita beleza a ser descoberta nas entrelinhas concretas da Pauliceia.

-Fofices também emergem do concreto: Não raro sou abordado na rua por fãs do meu trabalho e isso me comove muito, sobretudo porque não estou na televisão, nas revistas, na grande midia. Meus fãs são admiradores do que faço, não da minha vida pessoal ou da minha bunda. Mas ontem fiquei especialmente tocado por um pequeno bilhete escrito em um guardanapo de papel que me foi entregue pela garçonete do restaurante onde eu estava almoçando com os seguintes dizeres: "Desculpa atrapalhar o almoço, mas só pra dizer que a Betina é o máximo! Parabéns e obrigada!" E assinavam Laura e Rafael. Ganhei o dia... Para os que não sabem, Betina Botox é um dos personagens que criei enquanto integrava o elenco da Terça Insana.

-Last but not least, quem ainda não foi não pode deixar de ir ao Minato Izakaya, na Rua dos Pinheiros. Eu sei que não é nenhuma novidade, eu é que demorei mesmo para ir. Mas fui recompensadíssimo pela excelente culinária. Não é um restaurante: Izakaya, em japonês, quer dizer um bar onde se bebe sakê e se come pequenas porções. O mesmo conceito do brasileiríssimo boteco, só que na versão japonesa A.I.C.São Paulo. As porções são semelhantes às tapas espanholas e podem ser compartilhadas enquanto se degusta o saboroso e delicado sake japonês. Apenas vinte pessoas sentam-se frente à frente no pequeno balcão em forma de U. Clima super acolhedor, acaba todo mundo conversando e trocando impressões sobre a comida, a bebida e a casa em si. Não é caro, o problema é que a gente se empolga e quer experimentar de tudo. Aí, na hora da conta...

-No mais, sigo março adentro e Sampa afora (Para citar Bivar, que também amo) descobrindo coisas e me encantando e desencantando com pessoas. Enquanto aguardo ansioso pelo show de Zaz no dia 24. Beijos. Fui...

Na foto, o aconchegante balcão do Minato Izakaya.
PS: Encontre Wally na foto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário