segunda-feira, 5 de maio de 2014
JOANA FAZ 30
Gente, que loucura, já estamos em maio! O que significa que no mês que vem já estaremos na metado do ano. E da metado para o fim é vapt-vupt... Também é uma loucura minha segunda sobrinha, Joana, já estar completando trinta anos de idade no próximo dia nove. Não que sobrinhas fazerem trinta seja novidade para mim, já que no ano passado Viviane, a primeira dos cinco, também o fez. Mas sempre é motivo para fazer a gente pensar. E recordar... Desde bem pequena Joana sempre teve muito temperamento. Só fazia o que queria. E quando era obrigada a fazer o contrário, era com muito barulho. Revertia todas as expectativas sobre a bonequinha loura cacheada que aparentava ser: Tinha outra por dentro. Ou melhor, outras. O que sempre me fez suspeitar que seria atriz. E acho que só não o foi por um desvio de percurso. Ao invés do palco, preferiu ser atriz na vida mesmo. Intensa em tudo. Camaleônica. Não se encantava muito com as mocinhas, as heroínas sem graça das histórias. Gostava era das malvadas, as vilãs. Petite fille rebelle, colocou um piercing na língua escondida dos pais. Inflamou. Inflamaram-se os pais. Ainda uma Lolita, já queria colocar silicone nos seios. E pedia à minha mãe: Dora, me dá uns peitos? Ao que minha mãezinha, não menos terrível, respondia: Te dou um. Pede o outro pro teu pai! Para não deixar de nos surpreender, foi a primeira dos cinco sobrinhos a se casar. E continua sendo a única. Logo ela, a mais libertária. Fui ao seu casamento, na Louisiana. Ela estava linda de noiva, de branco e com o braço esquerdo todo tatuado. Apesar de estarmos sempre distantes, pois ela, femme du monde, deixou o Brasil muito pequena e nunca mais voltou, acho que se parece muito comigo. Com aquele que eu teria sido. Ou com o que sou de fato e minha timidez insiste em blindar. Hiper curiosa sobre todos os assuntos, por vêzes me desconcertava com suas perguntas. Como em uma vez que veio passar uns dias comigo em São Paulo, ainda bem menina, e disparou: Como os gays fazem para paquerar? Como sabem se o outro cara também é gay? Adorable petite coquine... Quando criança sempre nos brindava com suas performances, que iam do Fantasma da Ópera à uma dança "egitana", que ela própria inventou e que reproduzi na minha peça Rainhas da Pesada. Como também o fiz com uma frase sua: "Eu dormi de trança e acordei frisada"! Essa acabou na minha peça A Mulher Só... Happy birthday, my adorable niece and goddaughter. Que você continue sempre a nos surpreender. Na foto, tirada em 1991, eu morava em Paris e fui visitar a Joana em Zurique.
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Quando eu parar de chorar vou tentar escrever alguma coisa, lindo demais, completo, irretocável, verdadeiro! Queria ter essa sensibilidade e beleza na escrita.
ResponderExcluirObrigado, Cecilia! Mas os méritos são da personagem retratada, não meus!
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