quarta-feira, 30 de dezembro de 2009


BYE, BYE 2009

2009 foi um ano muito legal, que acabou de forma muito legal também. Digo isso porque várias coisas bacanas aconteceram no final do segundo semestre. Minha saída da Terca Insana, por exemplo. Ta, foi triste também, como toda despedida, mas representou pra mim a abertura de portas para uma vida nova, com novas expectativas, novos anseios e a possibilidade de novas realizações. Assisti ao documentário sobre os Dzi Croquettes, de Tatiana Issa e Rafael Alvarez, que simplesmente adorei. Chorei muito, mas de emoção. De ver que é possível a gente ser novo, criativo e original. Visitei a exposição dos Gêmeos, na Faap. Chorei também. Vão achar que eu sou um chorão, mas não é verdade. Tenho, inclusive, dificuldade para chorar. Então, quando aparecem essas oportunidades, eu relaxo e choooro... Fiquei muito feliz e emocionado com o trabalho desses artistas brasileiros que já conhecia das ruas de São Paulo e que nessa exposição criaram um universo mágico e inusitado. Mas foi na categoria shows de música que esse fim de ano se superou. Assisti ao sensacional Beijo Bandido, do meu ídolo de todos os tempos Ney Matogrosso. Detesto falar palavrão mas PORRA!!! O Ney fica sempre cada vez melhor! E aqui abro um parêntese para elogiar também o trabalho do Ocimar Versolato, que fez uma direção de arte chique, moderna & classuda no encarte do CD e no show. Parabéns a essa dupla infalível. Teve o show da Céu, que eu já admirava desde o primeiro CD, teve também o show da Luisa Possi, que eu adorava ouvir em casa mas nunca tinha visto no palco e foi uma agradável surpresa, pois ela canta muito, é linda e tem uma incrível presença cênica. E, claro, o que me levou a escrever esse post: o show do Dan Nakagawa, em que ele convidou Ney Matogrosso. Sim, de novo o Ney, sempre ele. A ele sempre o meu melhor. Mas o Dan também arrasou! Soltíssimo em cena, com um figurino lindo, dançando e beijando o Ney na boca. Lembrei do show Cinema Transcendental, do Caetano Veloso, a que assisti em Porto Alegre (nem vou dizer quando) e o Caetano beijava todos os músicos na boca. Mas esse show do Dan foi no mínimo histórico, com o Estúdio SP lotado, com direito a gravação de um DVD que estou esperando ansiosamente para ver. Por essas e outras é que digo que 2009 terminou muito bem. Sem falar na exposição de Matisse na Pinacoteca, no filme Do Começo ao Fim...Enfim, muita, mas muuita coisa boa.
Que venha 2010!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009


MIKA

Mika é um cantor que há alguns anos tem me feito parar para ouvi-lo. Ele é jovem, bonito e talentoso. Canta, compõe e, o que mais me agrada, toca piano. O que me encanta, também, é que aos vinte e quatro anos ele já era um sucesso mundial. Com a super execução de seu single Grace Kelly, ele tornou-se um grande sucesso na Europa e acabou ecoando aqui nas Américas. Sua música é alegre e contagiante. Mas é quando o piano se sobressai que me pego lembrando da minha infância, nos anos setenta, quando estudava piano lá em Soledade, minha cidade natal. Ia de bicicleta até a casa da minha professora, Dona Amélia, levando a sacola com os livros pendurada no guidon. Aquelas escalas todas, os exercícios a duas e três vozes me chateavam, eu achava tudo aquilo um saco, mas as músicas eu adorava. Queria ser pianista. E mais, queria ser um ídolo pop, como Elton John, que eu adorava ver na televisão vestindo plumas e brilhos, tocando um enorme piano de cauda branco. Depois da aula de piano eu passava na padaria pra comprar pão pro café da tarde. Sim, a gente tomava café da tarde, uma mesa farta de pães, frios e doces... Estudei piano dos nove aos quinze anos de idade. Depois desisti. Abortei o meu sonho de ser pianista quando a carga de estudo se intensificou. Mudei meus interesses, o teatro passou a me chamar a atenção, me entreguei a ele e até hoje estou entregue. Mas o sonho de tocar piano sempre acaba voltando, sendo despertado lá do fundo da memória, junto com a bicicleta e os cafés da tarde, pelos acordes de alguma canção. Que agora têm sido as de Mika. Ele diz: “Eu tentei ser como Grace Kelly, mas os seus looks eram tristes demais”.
E eu tentei ser como Elton John, mas faltou coragem para encarar os seus looks...Minha professora de piano já morreu. Mas a sua casa continua lá. Sempre que vou a Soledade passo por ela e não posso deixar de ver a minha bicicleta Tigrão estacionada na frente. E o meu sonho de ser pianista flutuando no ar...

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

PARIS 2007

Fiz esse filme em quando fui a Paris em 2007, primeira vez que voltei lá desde 1991. A qualidade é péssima e tudo e talz, mas vale pelo registro. Quer coisa mais Paris do que esse acordeon tocado na rua?

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

NATAL
Gente, que correria! Desde que entrei em férias não parei...hoje é véspera de Natal, já comprei tudo, mas ainda tenho toda uma ceia pra preparar. Então vou escrever uma coisa rápida, só pra não passar em branco data tão significativa do nosso calendário etc.
Falando em coisa rápida, eu nunca compro revistas de fofocas e celebridades, por motivos óbvios. Já basta a sala de espera do dentista, certo? Mas, sempre que vou ao supermercado, dou uma olhada nas manchetes enquanto estou na fila do caixa. Às vezes rio sozinho com o que leio. Suzana Vieira é a campeã.
Outro dia li: "Angélica quer voltar a ser atriz"...hã? Ela já foi? Será que foi em outra vida e eu perdi?
Essa eu quase caí pra tráz: Xuxa ta a fim da Sheila...depois entendi: era O Xuxa.
Outra: Xuxa (A) tem medo de envelhecer...sem comentários.
FELIZ NATAL!!! Beijos...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009


O RITZ E EU

Conheci o Ritz em 1987 e foi amor à primeira vista. Estou me referindo ao restaurante da Alameda Franca, em São Paulo, e não ao hotel da Place Vendôme, em Paris. Que esse AINDA não é para o meu bico...
Mas voltando ao nosso Ritz, me lembro que sentei numa mesinha lá no fundo, na parte de cima, e pedi uma torta de frango. Sim, a até hoje famosa torta de frango do Ritz. E, de sobremesa, o que para mim era o auge da novidade, pois em Porto Alegre, onde eu morava então, ainda não tinha: brownie com sorvete. Eu via pessoas que chegavam e cumprimentavam os garçons, barmen, gerentes, e pensava: um dia eu vou morar aqui em São Paulo e vou ser freqüentador assíduo do Ritz. Que, àquela altura, eu já tinha escolhido como MEU bar. Nessa época eu ainda nem tinha saído do país, morado no exterior, nada disso. Mas mesmo depois que fiz tudo isso, o Ritz continuou sendo o meu bar preferido. Sim, porque ele não é apenas um restaurante, desses que você chega, come e vai embora. O Ritz é também um bar, onde você bebe, enche a cara, encontra os amigos, conhece pessoas, faz e desfaz relacionamentos, paquera, é paquerado, e, sobretudo, ri e se diverte muito. Ao longo desses mais de vinte anos me mantive um freqüentador fiel e desde que me mudei pra SP, mais especificamente pra Alameda Franca, a rua do Ritz, em 1996, me tornei habitué. Adoro ser habitué. Acho chique. Acho digno. Alíás, quero lembrar a todos que acho chique, acho digno é expressão minha, criada por mim, para meu personagem Betina Botox. Só pra registrar, porque a Preta Gil anda falando isso direto e não quero que pensem que copiei dela. Onde eu estava? Sim, habitué. Todos os garçons sabem o que eu bebo e, às vezes, até o que eu como. Não preciso olhar o cardápio, que sei de cor, e eles já perguntam: uma baby?
Também quero dizer que sempre amei champanhe e já tomava desde adolescente, ou seja, décadas antes de virar moda beber essa bebida fora de datas comemorativas. Eu poderia ficar páginas e páginas falando do Ritz, de todas as modas que já passaram por lá, todas as tribos, frequantadores. Teve a época de vacas magras que eu só ia quando amigos como Edson Cordeiro, Carlos Bertuol e Odilon Henriques me convidavam. E eles sempre me convidavam, pois eles riam muito comigo. E com meus projetos, desempregado que estava, de fazer performances no jardim de inverno do Ritz, onde eu planejava aparecer vestido de Mogli, o menino lobo, saindo de entre as plantas...tinha a Aninha, gerente inesquecível, com sua risada deliciosa, que até hoje eu sigo, em todos os restaurantes em que ela trabalha.
As festas de aniversário do Ritz, em que a gente enchia a cara de graça. Teve aquela em que eu e o Edson chegamos antes de a porta abrir para a festa começar...
Tá longo, né? Vou parar por aqui mas prometo contar mais coisas do Ritz. Ah, e prometo também tomar um chá no Ritz de Paris quando voltar lá no ano que vem . Beijos...

sábado, 19 de dezembro de 2009

Hoje saí pra andar de bicicleta pelo bairro e aproveitar um pouco da tarde de sábado. As pessoas estão enlouquecidas com o Natal que se aproxima e compram coisas descompensadamente, como se, com isso, pudessem purgar todas as cagadas cometidas no ano, todas as grosseirias, desatencões, faltas de educacão e demais faltas cometidas com os outros. Na esquina da Oscar Freire com a Hadock Lobo sou surpreendido por um quarteto de cordas que executa, em plena rua, obras de Bach, Vivaldi, Haendel, e, até, O Trem Caipira, de Villa Lobos. Páro a bicicleta e fico junto ao meio fio apreciando esse concerto inusitado. Algumas pessoas jogam dinheiro aos músicos, sem ao menos parar pra apreciar a sua arte. De novo a purgacão, etc. Viajo na música e lembro de quando morava em Paris e parava, no caminho da escola de francês para o meu trabalho, na estacão Chatelet do Metro, para ouvir uma orquestra de cordas que estava sempre lá, e, mais ou menos na hora em que eu passava, executava a aria na corda sol, de Bach, que adoro e que me fazia chorar as saudades, ausências e distâncias vividas naquela fase...
Choro hoje na Oscar Freire, de emocão, tocado pela beleza da música. Os violinos deslizando, os pizzicati espocando suaves entre os roncos dos motores importados. A felicidade às vezes está bem mais perto do que a gente imagina.
15 DE DEZEMBRO
Terca-feira, dia 15 de dezembro de 2009, foi a minha última apresentação na Terca Insana, esse insano projeto da minha amiga Grace Gianoukas, do qual fiz parte desde o seu primeiro dia. Foram oito anos de loucuras, aprendizado, experiências, crescimento, dor também, pois todo crescimento dói, muitas alegrias, viagens, incansáveis turnês de Porto Alegre a Manaus, amigos que vieram, ficaram um tempo e seguiram suas carreiras, a triste perda de nossa querida Sandra Gues, produtora e amiga, dois DVDs gravados e lançados nacionalmente, a série Confissões Insanas, na Uol, com direção do super Rodrigo Carelli, enfim, muita, mas muuita coisa boa. Eu sou uma pessoa extremamente grata por tudo o que tenho de bom nessa vida. Só tenho, então, a agradecer à Terca Insana por tudo que me proporcionou. Fiz, inclusive, viagens ao exterior, pois a Terca me deu, graças a Deus, dinheiro também. Agora posso me dar ao luxo de ficar de boa, descansando, curtindo, viajando, ampliando horizontes, estudando, me aprimorando, enchendo a cara, jantando fora, me preparando para a minha caminhada solo. É com muita tranqüilidade que deixo o projeto, feliz, satisfeito comigo mesmo e com todos, sem mágoas ou ressentimentos. No final do espetáculo a Grace mandou tocar, em minha homenagem, a música do Skank: vou deixar a vida me levar pra onde ela quiser...é isso aí! Sábia Grace...
Roberto Camargo.