quinta-feira, 25 de julho de 2019

P.S. DE SP

Caros leitores, peço desculpas por andar escrevendo tão pouco. Julho já se encaminha para o final e eis-me aqui no segundo e talvez último post do mês. Não é que eu não tenha vontade de escrever, pelo contrário, tenho muita. Vontade de escrever qualquer coisa, mesmo algo acadêmico como: Pesquisas recentes nos Estados Unidos apontam para uma desestimulação da escrita... Ou alguma coisa sensacionalista, do tipo: Blogueiro em crise desiste de tudo após ficar quase um mês sem escrever... Mas o que eu tenho vontade mesmo, aliás, muita vontade de escrever, é um romance. Um romance bem romântico, no qual eu utilizaria alguns dados autobiográficos, para acrescentar certa veracidade extra à trama. Algo do tipo: O personagem central é um ator de meia idade que, apesar de estar em cartaz há anos com um espetáculo de sucesso, está em crise. Pessoal e profissional. Um belo dia ele recebe, pelo direct do instagram, elogios de alguém que o assistira na noite anterior. Começam uma conversa que acaba evoluindo primeiro do virtual para o real e, segundo, do café onde marcaram o primeiro encontro para a casa de um dos dois. A história se passaria obviamente em Paris. Sim, porque o personagem central é filho de pai francês e mãe brasileira e ainda bastante pequeno foi levado para a Cidade Luz, onde fez seus estudos e concluiu sua formação de escritor. Depois disso ele optaria por residir no Brasil, embora não deixasse de passar pelo menos três meses por ano na capital francesa. Entre passeios por parques, museus e boulevards o leitor acompanharia o desenrolar dessa paixão proibida. Claro, a paixão teria de ser proibida. Ambos são casados e não tem a menor intenção de se separarem de seus parceiros. O primeiro encontro se passaria no Le Fumoir (meu bar preferido em Paris) e o personagem, ao invés de café, pediria uma coup de champagne. O romance seria escrito com poucas narrações e muitos diálogos. Tal como em P.S. de Paris, de Marc Levy, que mal acabei de ler e já estou relendo... Eu não poderia, obviamente, copiar Marc Levy, apesar de estar apaixonado pela sua escrita ágil, vivaz e contemporânea, cuja trama prende a atenção desde o primeiro capítulo. Adoro esse tempo verbal que estou empregando: O futuro do pretérito. É um tempo no qual as coisas ainda não aconteceram, mas há grande possibilidade de que venham a acontecer. Como podem aferir, apesar de não andar escrevendo muito estou sempre ligado na Língua Portuguesa e nas suas infinitas possibilidades de expressão... Não deixem de ler Marc Levy, o escritor francês mais traduzido do momento. Já, já prometo estar de volta. Quem sabe cheio de inspiração para escrever? Bom inverno para todos...
Na foto, o salão do Le Fumoir, onde se passaria o primeiro encontro da dupla apaixonada. Fiz a foto em 2015, última vez que estive em Paris.

sábado, 6 de julho de 2019

INVERNO ABSURDO

Enfim, o inverno chegou. São Paulo estava se recusando a aceitar essa realidade, continuava fazendo calor por aqui em pleno mês de junho. Mas, finalmente, julho veio trazendo o tão aguardado (por mim) frio. Depois de dois dias chovendo incessantemente, o sábado amanheceu do jeito que gosto: Frio e ensolarado. Como nas manhãs da minha infância e juventude no sul. Como em Paris... Falando nela, a Cidade Luz, minha saudade tem me levado a buscá-la cada vez mais por aqui mesmo. Ontem fui conhecer o Le Jazz do Shopping Higienópolis, enquanto fazia hora para assistir a um espetáculo. Adoro o Le Jazz, tanto o original da Rua dos Pinheiros quanto o dos Jardins, na Melo Alves, mais perto da minha casa. Mas ontem, nessa nova unidade do shopping, me senti como se estivesse em Paris. O clima, o cardápio, a taça de vinho num tamanho mais próximo ao que servem por lá, enfim, tudo. Para quem não sabe o Le Jazz é um restaurante bem no estilo brasserie française que, sem querer imitar, tem muito a cara da capital francesa... Depois subi para assistir, no Teatro Folha, ao espetáculo Quando Tudo Estiver Pronto. Uma agradável surpresa! Comédia dramática com toques de teatro do absurdo, um elenco afinadíssimo, um verdadeiro prazer. Lilian Blanc arrasadora como a mãe judia, esbanjando timming e carisma sur la scène... E por falar em teatro do absurdo, na segunda-feira (ótimo dia para se ir ao teatro) assisti ao novo espetáculo de Dan Nakagawa, o intrigante O Aniversário de Jean Lucca. Dan já me surpreendera positivamente com Normalopatas, sua primeira direção. Agora, mais seguro e amadurecido, ele confirma seu talento para a direção e a dramaturgia. Original, para dizer o mínimo. Você não pode deixar de assistir... Agora vou curtir meu friozinho com sol dando um rolé no bairro da Liberdade. Bon hiver à tous!
PS. Depois que dei esse título ao post, lembrei que tenho visto as pessoas utilizarem o termo absurdo como elogio, para se referirem a algo muito bom, muito incrível, muito sensacional. E fico me perguntando: O termo tem realmente esse significado? Deixo a questão para o leitor refletir....
Nas fotos, o cartaz de O Aniversário de Jean Lucca, Eliete Cigarini, Sylvio Zilber, Patrícia Pichamone, Otavio Martins, Lilian Blanc e Filipe Ribeiro agradecem os merecidos aplausos e o salão do Le Jazz Higienópolis.