Falar do meu amor pela cidade de São Paulo aqui no blog já é chover no molhado. Há quase vinte e dois anos eu adotei essa metrópole, ou melhor, ela me adotou, e me sinto como um dos seu filhos. Atualmente já conto mais anos vividos em São Paulo do que em qualquer outro lugar. Mas, como eu dizia, para não chover no molhado prefiro então falar dos motivos que me fazem amá-la cada vez mais. Hoje tive um dos grandes: Em pleno aniversário da Pauliceia tive a honra e o prazer de dividir o palco com uma das minhas ídolas, Cida Moreira, que em si já é um dos motivos que me fazem amar essa terra. Pois nos apresentamos no auditório da Biblioteca Mario de Andrade - outro motivo do meu amor por Sampa - cantando as canções de Brecht e Weill, dentro da programação da referida data comemorativa. Puro glamour, alegria, emoção. Cida é de uma generosidade cativante. Me abraça em cena e juntos embarcamos no caminho trilhado pelas canções. De modo que neste ano o aniversário da cidade foi por mim comemorado em alto estilo... Outro grande motivador dos meus melhores sentimentos por Sampa aconteceu ontem à tarde, no Museu da Diversidade: A abertura da exposição Tarja Preta, da fotógrafa Vania Toledo - outro motivo de orgulho da cidade - com retratos de pessoas das mais diversas tribos, etnias, sexualidades e tendências. A mostra abrange um vasto período da carreira da artista, desde a década de setenta até os dias de hoje. Figuras públicas, celebridades, gente da noite, performers e anônimos de ontem e de hoje. Saudosas ausências relembradas: Claudia Wonder, Lidoka, Cazuza, Ezequiel Neves, Guilherme Araújo, Markito. E presenças reverenciadas como Celso Cury, em foto de biquini com a faixa de Miss Brasil. Hilariante e delicioso... Estou em plena temporada do Arquivo Terça Insana, me revezando em shows em São Paulo e Campinas, mais eventuais viagens nos finais de semana. Mas foi com o coração batendo de felicidade que hoje acordei cedo para cantar às onze da manhã em homenagem a essa cidade que amo como se fosse minha cidade natal. Parabéns, São Paulo! E obrigado por ter me recebido de braços abertos e me dar sempre motivos para amá-la ainda mais...
Nas fotos, Cida et moi prontos para entrar em cena, Sampa em si vista do terraço da Biblioteca Mario de Andrade, Vania et moi na abertura da expo Tarja Preta e Celso Cury posando gaiato com seu retrato de Miss Brasil.
quinta-feira, 25 de janeiro de 2018
segunda-feira, 15 de janeiro de 2018
MAR & CÉU
Uma pequena cidade do interior. Na estrada, duas bicicletas passam levando sonhos e juventude. Um riacho que corre sob uma ponte. Ali as bicicletas são deixadas na margem e os corpos dos meninos mergulham nas águas claras. Depois de se banharem soltos, alegres, voltam para a pequena cidade a tempo de apreciar o por do sol. Noite de muitas estrelas e lua cheia. De novo na estrada, os dois meninos sobem um morro para contemplar o luar ao som de Milton Nascimento. Não me esqueça, amigo, eu vou voltar... Fim das férias, eles voltam para a cidade grande. Os sonhos agora são urbanos, mas seguem soltos a sonhar. Madrugadas de álcool, peregrinações e poesia. Um pacto de saberem sempre um do outro, não importa onde estiverem... E assim a vida segue, cada um para o seu lado. Alguns sonhos são realizados, outros são esquecidos. Mas o lugar de um permanece no coração do outro. Mesmo à distância, estava tudo certo. Até que o baque da partida súbita de um deixa o outro sem chão. Cadê tuas botas de sete léguas e a Tilim de Peter Pan? E tua esperança branca de neve, cadê quem levou? Quem levou? Vamos trocar meu Via Láctea do Lo Borges pelo teu Milton 70 que tem Pai Grande? Vamos juntos pra Ilha do Mel acampar na minha barraca? Vamos ver o Trem Azul da Elis no Gigantinho? Passar só mais umas férias de verão em Soledade? À noite, depois do jantar, a gente se encontra na praça? Vamos pegar o carro do teu pai? Vamos pegar o do meu? Pede pra ele, ele te adora... O ruim de sonhar é que os sonhos sempre acabam antes do fim. Marcel, meu amigo querido, meu irmão, meu primo, meu companheiro de aventuras e descobertas foi pro céu. Levado pelo mar... Hoje, dia 16 de janeiro, ele estaria de aniversário. Feliz aniversário, querido! Que bom, amigo, poder saber outra vez que estás comigo. Dizer com certeza outra vez a palavra amigo. Se bem que isso nunca deixou de ser...
Nas fotos, Marcel fotografado por mim e nós dois, juntos como sempre, comemorando o dia que passei no vestibular e ele estava de aniversário.
Nas fotos, Marcel fotografado por mim e nós dois, juntos como sempre, comemorando o dia que passei no vestibular e ele estava de aniversário.
sexta-feira, 12 de janeiro de 2018
PORTO VERÃO ALEGRE
Estou de volta a Porto Alegre para três apresentações da Terça Insana no festival Porto Verão Alegre, que costuma esquentar ainda mais as noites de verão na capital gaúcha. Serão shows que me darão a oportunidade de experimentar quadros novos e também de retomar outros que criei bem no início da Terça Insana e que há muito não faço. Melhor assim: Mesmo depois de tantos anos ainda com sabor de desafio. A estreia será logo mais à noite e desde que acordei já estou com frio na barriga. Se por mais não fosse, só estar de volta ao palco do Teatro São Pedro já justifica essa emoção... Claro que vou aproveitar os dias na cidade para ir ao dentista, rever amigos, familiares, lugares, etc. Também vou assistir aos ensaios finais da peça Lembranças no Lago Dourado, dos queridos amigos Paulo vicente, Claudio Benevenga e Ciça Reckziegel, que marca a estreia na direção da minha amada Nora Prado. A peça também fará parte da programação do festival. Desde já desejo sucesso! De volta à Pauliceia já retomarei a insanidade de fazer espetáculos em Campinas e na capital. E no aniversário da cidade, dia 25, terei a honra de cantar Brecht e Weill ao lado da minha musa inspiradora Cida Moreira, na Biblioteca Mario de Andrade, cujo prédio é um ícone da arquitetura paulistana. De modo que estou amando esse ano que se inicia... Ah! No espetáculo de hoje à noite, a cantora Waléria Houston será nossa convidada especial, acompanhada do músico Rafael Erê. Prometo dar mais notícias de Porto Alegre por aqui...
Na foto, Grace, Agnes et moi bem pimpões fazendo a linha praia.
Na foto, Grace, Agnes et moi bem pimpões fazendo a linha praia.
sábado, 6 de janeiro de 2018
BEM VINDO, 2018!
O ano de 2018 começou bem. Depois de uma entressafra de trabalhos entro o novo ano com agenda cheia até março. Nada mal, especialmente para essa época do ano em que pouco se trabalha no Brasil até o Carnaval... E se 2017 se despediu com a animadora estreia de Roda Gigante, de Woody Allen, 2018 já irrompe com A Canção da Terra, de Gustav Mahler, em encenação primorosa de Yoshi Oida, no Sesc Pinheiros. Vale a pena parar por uma hora e vinte minutos, desacelerar, desligar o celular e se deixar levar pelas belíssimas canções de Mahler dentro da atmosfera zen de um jardim japonês criado por Yoshi Oida para emoldurar o espetáculo. Quando a gente entra no teatro as cortinas já estão abertas e nos deparamos com a beleza do jardim. Cheio de detalhes em pedras, areia e madeira, o único som que dele se escuta é o da água que corre em uma fonte de bambu. Dado o terceiro sinal, a orquestra, os cantores e os atores completam o quadro compondo as imagens criadas por Oida para conduzir os espectadores nesse ritual de vida e morte, de nascimentos e renascimentos, essa sucessão de ciclos que é a natureza e, portanto, a vida. Sou suspeito para falar, porque tudo o que é oriental já me atrai e me agrada pelo simples fato de sê-lo. Mas o casamento desse ciclo de canções de Mahler, sua última obra composta, sua despedida da vida, com a ideia do eterno renascer da natureza criada por Oida é, a meu ver, perfeito. Yoshi Oida, para quem não sabe, é o maior colaborador de Peter Brook, participou de diversos espetáculos dele, e também de vários filmes como O Mahabharata, do próprio Brook, e O Livro de Cabeceira, de Peter Greenaway. Tive o privilégio de vê-lo em cena quando morava em Paris, no começo dos anos noventa, e assisti à mise-en-scène de Brook para A Tempestade, de Shakespeare, na qual ele interpretava o personagem Alonzo. Essa montagem tinha no elenco o ator do filme O Tambor, David Bennent, no papel de Caliban. Alguém se lembra desse filme, desse ator? Mas já estou me dispersando... A ideia do post é dar boas vindas ao ano que se inicia, desejar um excelente 2018 a todos e recomendar para quem está ou mora em São Paulo o espetáculo A Canção da Terra, em cartaz no Sesc Pinheiros até o dia 14 de janeiro. Que assim seja!
Na foto, cena do espetáculo A Canção da Terra.
Na foto, cena do espetáculo A Canção da Terra.
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