Aos Quatro Ventos é o título do novo livro autobiográfico de Antonio Bivar, que teve lançamento ontem, em noite de autógrafos na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Muito já falei aqui no blog da minha admiração por este escritor. Mais do que pelo escritor, pelo conjunto da obra, por Bivar em si como personagem, pelo que ele representa para a cultura pop deste país. E agora, aproveitando o lançamento, quero gritar "aos quatro ventos": Eu amo Bivar! É que ontem, pela primeira vez, tive o privilégio de estar com ele pessoalmente. Foi quando aproveitei para pedir-lhe que autografasse não apenas a obra que estava lançando, mas também meu antigo exemplar de As Três Primeiras Peças. Bivar foi um doce comigo, tiramos uma foto e eu o cumprimentei pelo trabalho, me declarando como fã que sou. Joyce Pascowitch abrilhantava o evento com sua presença, irradiando simpatia. Em seguida chegaram Mario mendes, Vânia Toledo, Edy Star e muitos outros que vieram na sequência, mas que só fiquei sabendo depois, pelas redes sociais. Eu havia comprado o livro pela manhã e já começara a saboreá-lo lentamente como sempre faço com seus livros, para que o prazer da leitura se prolongue ao máximo. E ele começa justamente contando de dois shows históricos que dirigiu: Drama, de Maria Bethânia, e Atrás do Porto Tem Uma Cidade, de Rita Lee & Tutti-Frutti, nome com o qual ele próprio batizou a banda da cantora. Pessoas como Bivar, que tem muitas histórias de vida interessantes para contar, conseguem torná-las ainda mais interessantes quando sabem escrever bem. E esse é totalmente o caso. O narrador-autor Bivar envolve o leitor com tal maestria que é impossível não devorar cada obra sua e ficar à espera da próxima... Já nos primeiros capítulos desse novo livro ele nos transporta para a São Paulo e o Rio de Janeiro do começo dos anos setenta e, através de suas aventuras, nos descortina duas cidades bem mais possíveis, viáveis e efervescentes do que são hoje. Talvez mais permeáveis a uma certa ingenuidade hoje extinta... A Livraria Cultura estava bastante tumultuada pela presença de um enorme número de adolescentes que compareceram a um outro lançamento, simultâneo ao de Bivar, de uma jovem atriz-cantora-youtuber-new-celebrity e entoavam seus hits em alto e bom som. O que fez com que eu me retirasse bem antes do que desejava. O bom é que fui, lépido & fagueiro, "mundo adentro vida afora", brindar ao sucesso de Bivar no Ritz. Com meus dois exemplares de sua obra autografados especialmente para mim...
Nas fotos, a capa do novo livro e Bivar et moi em momento de tietagem explícita.
terça-feira, 29 de novembro de 2016
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
PENSAMENTOS À BEIRA MAR
Tenho a vaga impressão de que não vinha para Camburi há mais de um ano. Dommage! Amo tanto esse lugar que, por mim, viria pelo menos quatro vezes por ano. Uma em cada estação... Me dou conta, aos poucos, de que nada mudou. Exceto os preços, evidentemente. Afinal de contas, estamos no Brasil... O mar me encanta e me chama. Junto dele me sinto maior, melhor, conectado com a criação. Deus, na minha opinião, está bem mais ligado ao mar do que ao céu. Seria uma espécie de Netuno ou Posseidon... Dessa vez serão cinco dias de frente para esse elemento que não é o meu, mas que admiro e respeito. Peço licença à Rainha do Mar, Iemanjá... O sorveteiro passa vendendo os incríveis picolés Rochinha. Peço um de milho verde, meu preferido ever. Nos fones de ouvido, ouço as mesmas musicas de sempre: Novos Baianos, Serge Gainsbourg, Ella Fitzgerald, Cole Porter, Corinne Bailey Ray. Olho em volta e vejo pessoas que se distraem com revistas, jogos e toda sorte de brincadeiras. Não necessito de nenhum tipo de passatempo. Pelo contrário, tudo o que menos desejo quando estou junto ao mar é que o tempo passe. Por mim, ele se eternizaria em contemplação... Cachorros simpáticos, vira-latas velhos amigos, se aproximam pedindo atenção. Sentam-se ao meu lado, me cuidam. Brincam uns com os outros... Para completar, claro, uma caipirinha de sakê com lima da Pérsia. E a melhor das sensações me invade: A de que a vida é como deveria ser... Namastê!
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
GATOS & HÁBITOS
Estive lendo um livro interessantíssimo chamado A Gata do Dalai Lama. Esta curiosa obra despertou minha atenção para algumas coisas extremamente relevantes, mas que para as quais normalmente não dou a devida importância. Por exemplo, o momento presente. Vivê-lo intensamente e com total concentração é o mínimo que deveríamos fazer, posto que o presente é tudo o que temos. Só que, invariavelmente, estamos com a cabeça em algum lugar distante, voltada para o dia de amanhã ou, ainda pior, para o passado... Outra coisa para qual me atentei com a leitura: A prioridade de nossa preocupação deveria ser o outro em lugar de nós mesmos. E o que normalmente acontece é ficarmos girando em torno do nosso insignificante umbigo. Ou pior ainda: Adulando o nosso ego. Quanto desperdício! O melhor do livro é que todas essas reflexões são apresentadas do ponto de vista de uma gatinha... Só que não é uma gata qualquer, trata-se da Gata de Sua Santidade, o Dalai Lama. O que só corrobora minha tese de que gatos são seres superiores... Um dos capítulos inicia com a GSS colocando algumas questões para o leitor: "Você é uma criatura de hábitos? Entre as canecas de café da sua cozinha, existe uma favorita, embora qualquer uma delas sirva ao seu propósito? Você desenvolveu rituais pessoais que lhe dão uma sensação tranquilizadora de que a vida é como deveria ser? Se sua resposta a qualquer uma desses perguntas é sim, então, querido leitor, você pode muito bem ter sido um gato em outra vida"... Eu, que sou um amante desses animais, e que desenvolvo hábitos e rotinas constantemente, me identifiquei muito com a leitura. Aprendi muito, também. Difícil está sendo manter essa elevação espiritual toda agora que estou lendo a biografia de Rogéria, que é recheada de passagens mundanas & apimentadas... O que não a faz menos adorável. Assim é a vida: Cheia de altos e baixos, luzes e sombras, alegrias e tristezas, elevações e baixarias. Que chato seria se fosse uma coisa só o tempo todo, não?
Na foto, a adorável gatinha na capa do livro.
Na foto, a adorável gatinha na capa do livro.
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA
Terminei a leitura de Rita Lee, Uma Autobiografia, e me sinto completamente abandonado em um deserto árido clamando por uma vida menos ordinária...Foram dois ou três dias de leitura no metrô, na sala de espera da fisioterapia, no ônibus, em casa, na rua, na chuva, na fazenda, aqui, ali, em qualquer lugar. Me apeguei à personagem Rita Lee num grau tão inexplicável que agora sofro de uma melancólica saudade somada a uma crise de abstinência que não tenho ideia de como tratar... Rita é dona de um estilo bastante original e particular e sua escrita envolve ao mesmo tempo que emociona e diverte. Seu senso de humor, já conhecido de todos pelas letras de suas canções, se expande e se multiplica sobre o papel. Ela é, para dizer o mínimo, caleidoscópica. Não se quer parar de ler e, ao mesmo tempo, quer-se poupar a leitura para que o prazer seja prolongado. E a pergunta que mais me faço desde o fim da última página é: Como vou viver sem? Ainda bem que tenho tudo, ou quase tudo dela: DVDs, CDs, LPs, livros. E a trilha sonora principal dos meus dias tem sido sua discografia. Que privilégio ter segredinhos de alcova revelados pela própria e poder conhecer finalmente sua versão de tudo o que já foi dito a seu respeito por aí... Seu amor pelos animais, já tão conhecido por todos, no livro é esmiuçado em detalhes encantadores... Sua infância e juventude, seu amor por São Paulo, pela família, por Hebe Camargo, suas inseguranças, teorias conspiratórias, altos & baixos, tudo adoravelmente descrito. Qual é a moral? Qual vai ser o final dessa história? São coisas da vida e a gente não sabe se vai ou se fica... Ainda por cima, de lambuja, Rita cita minha saudosa amiga Claudia Wonder! Nem luxo nem lixo: Imortal, meu amor... Eu sempre amei Rita Lee, amo e amarei até o fim dos meus dias. E tenho certeza de que ela, enquanto estiver viva e cheia de graça, ainda vai fazer um monte de gente feliz! Corre ler essa obra-prima: Rita Lee, Uma Autobiografia, da Editora Globo. Sua vidinha nunca mais será a mesma...
Na foto, Rita em si com sua flauta transversa.
Na foto, Rita em si com sua flauta transversa.
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