OH MY BLOG!
Ando muito relapso com o blog. Sim, isso é um pedido de desculpas a quem porventura me ler. E não é que esteja ocupado demais. Pelo contrário, tenho tido tempo de sobra. Não sei se não é justamente esse tempo livre a mais que me silencia. Mais um ano está terminando. Ano que vem vou fazer cinquenta anos de idade. Algo que até bem pouco tempo era impensável para mim. Nada disso é desculpa, eu sei. Preciso me voltar mais para fora do que para dentro de mim. Olhar mais em volta. E, claro, dividir com os leitores as minhas observações. Me preocupar, como disse Fernando Henrique Cardoso à Revista GQ, mais com o que está por vir do que com o que já passou. Mas, que fazer, se sou um saudosista... Hoje mesmo, enquanto cozinhava as comidas para a ceia de Natal de logo mais à noite, tirei do baú um CD da diva Annie Lennox, Medusa, que não escutava há um tempão. E a década de noventa imediatamente voltou à minha cabeça. É claro que estou apontado para o futuro, para os anos dois mil e muitos que estão por vir. Mas não dizem que recordar é viver? Viva o passado e o futuro! Mas, principalmente, viva o momento presente, o hoje, o aqui, o agora. Esse é o nosso maior "presente" nesse Natal. Espero que no ano que vem a gente se veja mais. Se leia mais. Se escreva mais. Se inscreva na vida, na memória dos que estão por vir, na história. Feliz Natal e Feliz Ano Novo!
Na foto, obra do artista Juarez Machado que celebra o amor, o prazer e a alegria de estar vivo.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
BODAS DE TRIGO
Amanhã, dia 19 de dezembro, o blog vai completar três anos
de existência. Serão as nossas bodas de trigo... Resolvi escrever hoje mesmo,
pois acabo de chegar do almoço de Natal do Ritz com algumas flûtes de champagne
borbulhando na cabeça. Coloquei um dos meus CDs preferidos pra tocar: Ella
Fitzgerald Sings Colle Porter. E achei que seria bobagem esperar até amanhã
para comemorar esse singelo aniversário. Ainda mais nesses tempos apoteóticos
em que só se fala do fim do mundo... Segundo a nomenclatura dos aniversários de
casamento, três anos correspondem a bodas de couro ou trigo. Como prefiro o
trigo ao couro, optei pela segunda possibilidade. Acho trigo lindo, dourado. Um campo de
trigo ao vento, ondulando, não tem como não lembrar de O Pequeno Príncipe, de
Exupéry, quando a raposa diz ao principezinho que recordará de seus cabelos
louros sempre que contemplar uma plantação desses mágicos grãos que simbolizam
a vida. Vida breve, três aninhos apenas, mas repletos de informação, humor,
crítica, memórias, cultura, entretenimento, arte, opinião, experiências
partilhadas, viagens, vivências. Espero continuar alimentando esse blog de
conteúdos interessantes por muitos anos ainda... Espero ter a inspiração comigo, me ajudando a transpor em palavras o que vejo e vivo. E espero ter sempre leitores a
quem possa tocar com minhas divagações... Desejo um excelente Natal e Ano Novo
a todos que por aqui passarem. Que em 2013 a gente possa ser muito mais do que
ter. E no dia 19 de dezembro de 2013 comemoraremos os quatro anos do blog! Se o mundo
não se acabar...
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
VIAGENS
& BIVAR
Já falei inúmeras vezes aqui no blog, mas volto a afirmar:
Adoro viajar e sou fã do escritor Antonio Bivar. Todo tipo de viagem me
interessa: A trabalho, a passeio, de férias, fim de semana, no Brasil, no
exterior, na praia, na montanha, no sítio, enfim, por qualquer motivo e para
qualquer lugar. Até para o ABC! E, quando não estou viajando de fato, viajo na
leitura de Antonio Bivar. Fico esperando, todo mês, sair a revista da Joyce
Pascowitch só para ler sua coluna De Conversa em Conversa. Que, ultimamente,
tem sido de viagem em viagem, pois ele tem relatado suas idas a Londres,
Espanha e França. Adoro também sua biografia da Yolanda Penteado, os Contos
Atrevidos, as primeiras peças: Cordélia Brasil, Alzira Power e Abre a Janela e
Deixa Entrar o Ar Puro e o Sol da Manhã... Mais do que adoro, Bivar é um
escritor com o qual me identifico. E viajar é viajar, seja para onde for. Dos
oito anos que fiquei na Terça Insana, os últimos cinco eu passei viajando em
turnês. Viajava quase todo fim de semana, com uma pequena parada em dezembro e
janeiro. Foi ótimo! Apesar de cansar, evidentemente, pois eram viagens de
trabalho, valeu muito a pena porque conheci quase todo o Brasil e fiz amigos em
diferentes cidades. A temporada de seis meses no Rio também foi maravilhosa,
como a cidade... Adoro ir a Paris todo ano (Esse ano não fui!), fugir para
alguma praia durante a semana e, pasmem, meu dentista até hoje é em Porto
Alegre, apesar de eu já morar em São Paulo há dezesseis anos, só para ter a
desculpa de ir pra lá duas vezes por ano... Se Deus quiser, ainda descolo um
trabalho que me faça viajar muito. Como os do Zeca Camargo ou do Pedro
Andrade...
Nas fotos, Yolanda Cardoso e Antonio Fagundes em cena de Alzira Power e o bar Petit Fer à Cheval, um dos meus preferidos à Paris.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
UMA PRAIA DISTANTE E DESERTA II
Quem segue o blog sabe que um dos meus sonhos de consumo vem sendo há muito tempo uma praia distante e deserta. O II é porque já existe um post aqui no blog com esse título. Pois bem, tenho conseguido realizar um pouco desse sonho nos últimos dias. É que estou passando uma curta temporada em Cananéia, no litoral sul de São Paulo. Com uma rápida travessia de balsa, que não chega a durar nem quinze minutos, já é possível se desfrutar de Ilha Comprida, uma imensa faixa de praia de muitos quilômetros de extensão, cuja única sonoplastia é o barulho das ondas... Há inúmeras outras praias e passeios para se fazer por aqui. Como, por exemplo, a Cachoeira do Pitú, que fica no meio do mato e pode-se mergulhar à vontade. Mas um dos meus programas preferidos é ficar de frente pro mar, sem uma só família, sequer uma criança, sem um único carro com o som ligado a todo volume tocando funk ou axé. Sim, porque quem gosta de ouvir música alto jamais ouve coisa boa. Inimaginável uma boa Ella tocando no talo no som de um carro... Nem ao menos, pasmem!, um vendedor de cerveja... Apenas alguns quero-queros e gaivotas que passam voando.Uma ou outra embarcação pesqueira e ah! De vez em quando um ônibus local que passa levando os moradores da ilha e que tem a praia como avenida... Que sonho morar em um lugar onde o trajeto do ônibus diário fosse uma praia distante e deserta!
Na foto, a vila de Cananéia, vista da balsa durante a travessia.
sábado, 1 de dezembro de 2012
CORINE...
Batem à porta. Corro abrir e não é ninguém. Engraçado, eu poderia jurar que ouvi alguém bater. Agora é o telefone que toca. Atendo e não há ninguém do outro lado. Apenas a linha: __________________________________________________. A caixa de e-mails está vazia. Como vazia e branca está a página do Word na tela fria do computador. Os discos de vinil jazem mudos no armário sem agulha para percorrê-los. Por baixo da porta só passam contas a pagar. Dentro do peito, o coração. Batendo apertado. No calendário, o último dia do penúltimo mês do talvez, quem sabe, último ano. O iPad toca a bela voz de Corine Bailey Rae. A música de Corine me toca. Tateio as palavras querendo tocar alguém. Ou, pelo menos, me tocar. E o pensamento, urdindo tramas, trama em segredo seus planos. Coração leviano. Paulinho da Viola nem sabe o que fez do meu. Girl, put your records on. Tell me your favorite song. O espumante que bebo tem nome sugestivo: Tournée. E eu, louco para entrar em uma turnê, me contento com a taça. Com a garrafa. Não basta... Ou melhor, já basta. Desta bosta. Escrita torta. Logística indireta. Nem lembra dos meus desenganos. Fere quem tudo perdeu. Coração leviano! Nem sabe o que fez do meu... Batem à porta. Desta vez, não abro. Não sou bobo. Nem nada. Sei que lá fora não há ninguém.
Na foto, a bela Corine Bailey Rae.
Batem à porta. Corro abrir e não é ninguém. Engraçado, eu poderia jurar que ouvi alguém bater. Agora é o telefone que toca. Atendo e não há ninguém do outro lado. Apenas a linha: __________________________________________________. A caixa de e-mails está vazia. Como vazia e branca está a página do Word na tela fria do computador. Os discos de vinil jazem mudos no armário sem agulha para percorrê-los. Por baixo da porta só passam contas a pagar. Dentro do peito, o coração. Batendo apertado. No calendário, o último dia do penúltimo mês do talvez, quem sabe, último ano. O iPad toca a bela voz de Corine Bailey Rae. A música de Corine me toca. Tateio as palavras querendo tocar alguém. Ou, pelo menos, me tocar. E o pensamento, urdindo tramas, trama em segredo seus planos. Coração leviano. Paulinho da Viola nem sabe o que fez do meu. Girl, put your records on. Tell me your favorite song. O espumante que bebo tem nome sugestivo: Tournée. E eu, louco para entrar em uma turnê, me contento com a taça. Com a garrafa. Não basta... Ou melhor, já basta. Desta bosta. Escrita torta. Logística indireta. Nem lembra dos meus desenganos. Fere quem tudo perdeu. Coração leviano! Nem sabe o que fez do meu... Batem à porta. Desta vez, não abro. Não sou bobo. Nem nada. Sei que lá fora não há ninguém.
Na foto, a bela Corine Bailey Rae.
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